sexta-feira, 15 de junho de 2012

O modelo (parte 4)


... santificado seja o Teu nome.
Mateus 6:9

Começando a oração modelo com “Pai”, Jesus demonstrou Sua preocupação em nos fazer entender que a coisa mais importante que devemos desenvolver é a confiança de que nosso interlocutor na oração nos ama de verdade, e tão perdidamente quanto um pai a seu filho. Logo na sequência, contudo, Ele insere outro elemento: a reverência.

Um dos efeitos práticos da encarnação, vida e morte de Jesus entre nós foi o de reconciliar as duas imagens, a do amor e a da glória – com tudo o que essa palavra pode ter de inacessível e terrível. Nós sempre demonstramos dificuldade em nos relacionar com um Deus assim, pois as duas facetas tendem a nos parecer autoexcludentes, mas na oração modelo Jesus mostra de forma simples que Deus está debruçado sobre nós com um sorriso esperançoso no rosto, sem deixar de ser o Criador Todo Poderoso.

“Santificado seja o Teu nome” significa que o nome de Deus deve ser separado, colocado à parte. Um lembrete constante do terceiro mandamento:“não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão” (Êxodo 20:7), que talvez seja o mandamento mais desprezado dos 10. Ninguém dá muita atenção a ele, talvez por não entender seu alcance. Não tomar o nome de Deus em vão implica não somente abster-se de pronunciá-lo a torto e a direito, como uma simples interjeição vazia de sentido. Implica não apenas abster-se de misturar o nome de Deus com assuntos grosseiros e profanos. Implica, sobretudo, em não desdizer o significado desse nome em nossa vida.
“Se Meu povo, que se chama pelo meu nome...” (II Cro. 7:14) disse Deus a Salomão, referindo-se a Israel. Falou de Israel, falou de Mim, disse Ele.

Deus estampou, portanto, no Seu povo, Seu próprio nome. Mexeu com ele, mexeu com o próprio Deus. E quem é Seu povo hoje? Tomar o nome de Deus em vão é também desmenti-lo em nossa prática diária. É agir de forma que O desonre. É não exercitar pelo próximo o amor que Ele exerceria, é eleger outras prioridades na vida que não as dEle, é desdizer nossa fé nas pequenas atitudes ou nos grandes pecados.

Quando você conscientemente ora “santificado seja o Teu nome”, em suma, está suplicando para que Deus lhe dê poder para agir de forma coerente com tão fantástico status, o de levar Seu nome por onde quer que vá.


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