sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Mudamos

Essa ferramenta do Blogger parou no tempo. É antiquada, dá bugs, torna a vida do blogueiro muito complicada. Por isso estou descontinuando este blog. Se você é uma das duas pessoas que o acessava atrás das coisas que eu escrevo, por favor, dirija-se a partir de agora para https://medium.com/@marcobrasil

Fui!

Em berço esplêndido

Enquanto nós, cristãos professos, estamos absortos em pagar as contas do mês, em trocar de carro, na próxima viagem ou no próximo corte de cabelo (eu poderia dizer, enquanto estamos comendo e bebendo, casando e dando-se em casamento), há diversos sinais de alerta lá fora.
Slavoj Zizek, o pensador comunista esloveno, escreveu o livro "Vivendo no fim dos tempos", onde defende que o mundo como conhecemos está no seus respiros finais. Para ele, os quatro cavaleiros do Apocalipse seriam questões ecológicas, uma revolução biogenética já impossível de evitar, problemas insolúveis do capitalismo como escassez de matérias-primas e questões de propriedade intelectual e, por fim, superpopulação e aumento da desigualdade.
O astrofísico britânico de renome mundial Martin Rees escreveu "Hora Final", no qual afirma que estima que as chances de a raça humana sobreviver a este século são de 50%. Para ele, desastres naturais, bioterrorismo, manipulação genética, ciberterrorismo, erros de cientistas, radicalismo ideológico e muitos outros fatores têm um potencial destrutivo que faz com que a calma com que as pessoas vivem como se tudo fosse continuar sempre igual e o desinteresse por essas ameaças reais e presentes sejam absolutamente inacreditáveis.
Ele cita um manifesto assinado por Einstein e outros brilhantes físicos e cientistas da primeira metade do século XX, criado para tentar alertar as nações dos perigos da recém desenvolvida tecnologia nuclear, no qual se afirma: "descobrimos que os [cientistas] que sabem mais são os mais sombrios".
E nós, que temos nas mãos a revelação, que sabemos o final da História, estamos comendo e bebendo.
(Só não podemos imitar a prática de alguns de nossos irmãozinhos. James G. Watt, por exemplo, secretário do interior no governo Reagan e crente no breve arrebatamento secreto por Jesus Cristo, foi responsável pela postura antiecológica daquela gestão e das que a sucederam. Ele acreditava que Jesus voltaria antes de todo combustível fóssil ser consumido, então - com o perdão da palavra - dane-se o planeta.)
O discurso de Jesus em Sua última semana foi basicamente "vigiai". Mas em lugar de imitar o Mestre e atentar a Sua voz, imitamos os discípulos, incapazes de permanecer acordados no Getsêmani.
Erga a cabeça, irmão.

Em berço esplêndido



sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Cadê o final da história?

Nos tempos de faculdade fiquei fascinado com um filme franco-polonês chamado "A dupla vida de Verònique", do diretor Krzistoff Kieslowski. Tão fascinado que o assisti quatro vezes em um espaço de um ou dois anos. E a verdade é que assisti quatro vezes na esperança de conseguir entender alguma coisa. Depois da quarta vez tenho aqui a pretensão de haver começado a entender. Mas o fato é que ele termina com Irene Jacob meio que abraçando uma árvore e sorrindo. Fique tranquilo que isso não é nenhum spoiler, a árvore não tinha aparecido antes e salvo ledo engano aquilo não representava efetivamente um desfecho para a trama. Então é isso. Pela janela do carro ela faz um cafuné numa árvore, dá um sorriso, e sobem os créditos e você, acostumado com o cinema tudo-explicadinho-americano, exclama: ei! cadê o fim da história?


A Bíblia muitas vezes está mais para o cinema franco-polonês do que para o americano. O livro de Jonas termina com uma pergunta de Deus para o protagonista. Qual teria sido a resposta do profeta teimoso? Não sabemos. O livro de Jó termina com um bom desfecho para a trama, mas a gente fica sem saber se Jó teve alguma pista da razão de todo seu sofrimento, já que quando Deus lhe aparece, despeja um monte de perguntas sobre ele e vai embora. A parábola do filho pródigo termina sem dizer se o filho mais velho deu razão ao pai e entrou na festa que havia sido preparada para o filho ingrato que havia voltado. Cadê o final da história?

O que importa é que o que poderíamos de chamar de "o último final", o grand finale, o final de todas as histórias, esse a Bíblia não esconde. "Então a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo... Então vi novos céus e nova terra... Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. Ele enxugará de seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, a antiga ordem já passou" (Apocalipse 20:14, 21:1-4).

Ou, emprestando as palavras de Ellen G. White: "O grande conflito terminou. Pecado e pecadores não mais existem. O Universo inteiro está purificado. Uma única palpitação de harmonioso júbilo vibra por toda a vasta criação. DAquele que tudo criou emanam vida, luz e alegria por todos os domínios do espaço infinito. Desde o minúsculo átomo até o maior dos mundos, todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e gozo, declaram que Deus é amor." (O Grande Conflito, p. 678)

Portanto, o último final é mais à la cinema americano. Cada i recebe seu pingo, cada dúvida recebe sua resposta, cada dor encontra seu fim e cada injustiça recebe sua paga. E o final é feliz.

E por ser assim, feliz, por hoje aqui serem muitas as injustiças, por multiplicarem-se as dúvidas e incertezas, e porque as dores não dão trégua aos meus queridos, a mesma pergunta me ocorre, mas por razões diversas: cadê o final da história? 

Em meus ossos sinto vibrar a resposta: ele vem logo. Ele vem logo.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Uns aos outros

Quando leio aqueles livros ingleses ou franceses do século XIX, me espanto com a forma como aquelas pessoas viviam. Aquela forma devagar. Não me ocorre outra palavra para ilustrar o ponto que me causa espanto. As pessoas iam passar semanas, às vezes um mês ou dois, na casa de outras pessoas e aquela estada parecia repleta de... nada. Liam livros. Conversavam. Ocasionalmente caminhavam. Nada de uma agenda abarrotada de atividades, nada de tarefas a desempenhar.
O contraste com a minha geração é tão gritante. Hoje tudo precisa ser completamente cheio de afazeres e tudo precisa ter uma utilidade. 
Essa visão utilitária de tudo alcançou níveis impensáveis para as gerações anteriores. Até o sofrimento precisa ter uma utilidade. Nós afirmamos que Deus deve ter algum plano quando permite que uma pessoa morra, sem levar em conta que a morte é a regra no ambiente que O expulsou. Até a fé precisa ter uma utilidade. Pergunte a um adventista porque ele gosta do sábado e ele vai responder que é porque no sábado ele “recarrega suas baterias espirituais”. Isso virou um chavão e parece camuflar o fato de que ele acha que o sábado está a serviço dele. Não foi isso o que Jesus disse? Que o sábado foi criado para o homem e não o contrário? Então é isso. O sábado tem uma utilidade individual. E pergunte a um cristão que frequenta uma igreja porque ele faz isso e talvez ele responda que é porque na igreja “ele se encontra com Deus”.
Portanto, o sábado serve para recarregar suas baterias de modo que você possa tocar sua vida centrada em você mesmo. A igreja serve para você ter seu momento de espiritualidade e assim poder continuar tocando o barco nos muitos momentos em que você não está em um “encontro com Deus”.
Essa visão utilitária de tudo (que chega até aos relacionamentos afetivos. Quanto divórcio não tem acontecido porque uma pessoa não vê mais uma utilidade na relação?) tem um nome mais antigo, tão antigo quanto o primeiro pecado, e se chama egoísmo. A gente busca o sentido e o propósito para a existência pensando apenas em nós mesmos.
No livro “O eclipse da graça”, Philip Yancey transcreve expressões das Escrituras. Leia comigo e me diga se você enxerga um certo padrão aqui: “Amem-se uns aos outros. Perdoem uns aos outros. Orem uns pelos outros. Levem os fardos pesados uns dos outros. Dediquem-se uns aos outros. Considerem os outros superiores a si mesmos. Não falem mal uns dos outros. Não julguem uns aos outros. Suportem-se uns aos outros. Sejam bondosos uns para com os outros. Falem a verdade uns para os outros. Edifiquem-se uns aos outros. Consolem-se uns aos outros. Tenham igual cuidado uns pelos outros. Incentivem-se uns aos outros”.
Sim, existe um padrão.
Talvez a maior evidência de que o mundo invadiu a igreja não esteja nas roupas ou nas músicas como muitos gritam inutilmente. Esteja no fato de que até o remédio maior para o egoísmo, a fé, está sendo encarada sob um viés estritamente utilitário e individualista, do jeitinho que o mundo trata tudo o mais.
Se as suas atividades religiosas não o fazem perceber o outro e focar sua existência nele, ao invés de em si próprio, sinto muito. Você inconscientemente trocou o padrão inaugurado por Cristo pelo padrão reinante desde o primeiro pecado. E tornou o sacrifício dEle vão.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

A era da insatisfação

Na última semana escrevi aqui que estava identificando uma insatisfação epidêmica ao meu redor e dentro de mim mesmo. Comentei que não sabia se era coisa da minha geração, passando o cabo dos 40 e vendo que a vida não tinha se revelado parecida com o idealizado 20 anos antes, mas recebi algumas confirmações de que não, o fenômeno é mais amplo, mais universal. A geração dos 30 anos está assim também, a dos 50 idem.
Os muitos comentários que recebi em resposta ao texto da última semana sugeriram causas para esse estado de coisas. A estafa causada pelo excesso de informação, o excesso de cobranças externas e internas, e a incapacidade de atingir o padrão de perfeição (física e/ou moral e/ou financeira e/ou profissional) desejado. O apelo do consumismo desenfreado. A abdicação ao cultivo de um espírito de gratidão (o que reforça a sabedoria superior de Paulo com seu "em tudo dai graças" - I Tessalonicenses 5:18 - ou com seu "Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade" - Filipenses 4:11). Um amigo chegou a creditar a insatisfação generalizada ao que ele chamou de "o mito de que a gente nasceu pra ser feliz", que eu não colocaria nessas palavras, já que acredito que o projeto do Criador era justamente esse, mas que eu poderia refrasear para "o mito de que nós merecemos ser felizes", ou seja, de que Deus, o Universo, a vida ou sei lá como você chame isso está em débito para com você.
Mas o fato que me pareceu inconteste é: estamos vivendo dias diferentes dos anteriores todos, ou pelos menos dos imediatamente anteriores, digo, projetando pelos últimos 20 anos. Uma era de insatisfação, uma era desconforto, uma era de inquietude.
É, seguramente, uma era de sede. E, talvez pela primeira vez na História, a sede, que é Universal, ou seja, sempre existiu, não está impulsionando as pessoas à fonte de água viva. Tenta-se aplacar a sede com tudo, menos água.
Talvez por isso, talvez por outra coisa, têm rondado minha mente nos últimos dias com muita intensidade as palavras de Jesus "Quando vier o Filho do homem, encontrará porventura fé na terra?" (Lucas 18:8).
Conforme os ponteiros do relógio vão avançando para a meia-noite, amigos, uma sabedoria realmente superior é necessária. A sabedoria que nos faz pisar no freio e descansar, a sabedoria que nos faz encher os pulmões de ar a cada manhã e agradecer e continuar fazendo isso pelo dia afora, a sabedoria que coloca rédeas nos nossos desejos.
Nessa nova era de insatisfação, sejamos pessoas anacrônicas, gente à moda antiga. Gente que bebe da Água.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

O leão dentro de si

Quando eu vi na prateleira da livraria "Descontentamento santo - frustrações que impulsionam à mudança de vida", fiquei todo empolgado. Não apenas por ser escrito por Bill Hybels, mas porque a insatisfação parece ser unanimidade ao meu redor.

Não sei ainda se essa é apenas uma marca da meia-idade ou se é uma marca específica de nosso tempo. Nos amigos meus contemporâneos e até em gente dez anos mais nova identifico esse descontentamento meio generalizado. Entre os que alcançaram sucesso em suas carreiras, noto uma insatisfação com o preço que foram forçados a pagar por isso; aos que não tiveram sucesso o descontentamento do confronto dos sonhos juvenis e da realidade é evidente. As primeiras marcas da decrepitude física são um cruel lembrete de que já não temos mais todo tempo do mundo e nenhuma das coisas nas quais depositávamos nossos afetos parece satisfazer aquela sede... Para piorar, somos brasileiros, com tudo o que isso tem se mostrado de isento de perspectivas.

A insatisfação pode ser boa. Pode ser a mola propulsora para fora da zona de conforto e é nesse sentido que o livro de Hybels anda. O problema é que os efeitos desse descontentamento em muitos amigos parece ser altamente prejudicial. Vejo gente fomentando mudanças radicais de vida pelo simples fato de mudar, como se querendo sentir a adrenalina da montanha russa (esquecendo que essa adrenalina é sempre passageira e fugaz por definição). Rasgam o casamento como se fosse papel. Mudam para outro país atrás de não sabem o quê. Descartam a fé da juventude, que em algum momento deixou de ser alimentada, com indisfarçada vergonha de um dia haverem crido em Deus ou talvez com uma leve nostalgia do tempo em que a crença era um elemento importante de sua identidade, de sua noção de mundo, de sua percepção de propósito para a existência e de sua felicidade. Enfim, vejo pessoas queridas impulsionadas pela insatisfação com surpreendente facilidade descartando partes de si mesmas, e o triste é que, em lugar de descartar aquilo que as faz infelizes, elas optam por descartar justamente aquilo que as faz feliz ou que um dia foi a fonte de sua felicidade. Só pra ver o que acontece.

Não me entenda mal, também tenho meu descontentamento. O cabelo que se foi e a barba branca que chegou, os óculos de leitura, a distância entre o que gostaria de estar fazendo e o que faço e as dificuldades financeiras também pesam sobre mim, também inquietam e fazem querer respirar outros ares com frequência. Não me coloco acima de minha geração na mínima coisa. Só queria consignar minha preocupação e contar para você a saída que encontrei. 

Aprendi com os salmistas. Nem gosto muito do livro de Salmos para ser bem sincero, mas me encanta ver o que aquela gente faz com cada emoção, as positivas e as negativas. Eles levam todas a Deus. As vitórias para louvá-lO, as derrotas para perguntar "por que?!" Assim fazendo, na maior parte das vezes sem resposta a essa pergunta, testemunho maravilhado o renascer de certas coisas dentro de mim. O amor e a confiança nEle. O amor e a atração por minha esposa. A vontade de fazer um bom trabalho e de ser um bom pai. As coisas de onde tantas vezes extraí a mais pura felicidade, enfim. E o leão do descontentamento fica domado e já nem macula a paz do espírito.

A paz que lhe desejo, a você, que sente o leão rugir dentro de si.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

O pior do homem, o melhor de Deus

Pouco tempo - talvez uma semana- depois do furacão Katrina arrasar New Orleans, em agosto de 2005, lembro de ter ficado profundamente impressionado com uma entrevista feita por telefone como uma brasileira moradora da cidade, exibida numa rádio daqui. Era difícil acreditar que as cenas que ela descrevia estavam tomando lugar dentro da maior potência mundial. Falava de hordas de bandidos que aproveitavam o caos instalado para invadir, roubar, estuprar e matar. Falava de estupros e violência dentro do ginásio onde os desabrigados estavam instalados. Falava do medo, da falta de tudo, da sensação de abandono.

Na época escrevi que basta uma situação limite como a do furacão para que a velha natureza consiga botar sua cabeça hedionda pelas frinchas da casca de civilidade que afetamos ter, como um alien só esperando a ocasião se mostrar.

De fato, o homem em seu pior é capaz das mais arrematadas barbaridades. Em nome de Deus ele pode pegar um caminhão e sair atropelando inocentes, pode se explodir com eles ou pode (como fez ao menos um importante pastor evangélico americano) ficar feliz com o atentado numa boate gay, afirmando que o atirador fazia o trabalho de Deus. Especialmente numa situação limite, quando as coisas faltam, você e eu temos essa besta querendo aparecer, e que dizer das tantas e tantas vezes que ela assume o controle sem nem notarmos, nos levando a cultivar hábitos destrutivos, nos convencendo a se conformar com o inconformável em nós?

Bem, Philip Yancey cita John Marks, produtor do prestigiado programa de TV americano Sixty Minutes, que escreveu um livro sobre uma pesquisa de dois anos que ele fez sobre os evangélicos. "A resposta da igreja ao furacão Katrina provocou para ele uma reviravolta e se tornou uma forte razão para crer. Uma igreja batista de Baton Rouge alimentou 16 mil pessoas por dia durante semanas; outra abrigou 700 que tiveram de deixar suas casas. Mais outra igreja funcionou como ponto de distribuição para 56 igrejas, e igrejas de estas vizinhos enviaram regularmente equipes de ajuda humanitária para a reconstrução de casas durante anos, muito tempo depois que a ajuda federal se havia esgotado." O discurso evangélico enojava Marks, mas sua ação quando outros se omitiam ou, pior, pilhavam e saqueavam, falou mais alto que qualquer discurso.

Quando o homem tem a ocasião perfeita para mostrar seu pior, Deus tem a ocasião perfeita para mostrar o Seu melhor. E, por absurdo, escandaloso e contra producente como possa parecer, o melhor de Deus somos você e eu.

Não estou falando de New Orleans, Nice, Paris, Darfur, Somália ou Síria, mas de um certo país em crise da América do Sul. Estou falando de onde você está. Aí mesmo, amigo, você é o melhor de Deus. Ele livremente escolheu abster-Se de tomar a frente, respeitando nossa (da humanidade)  escolha por mantê-lO longe, e abriu caminho para ser representado por criaturas minúsculas como nós aqui. Nós, os que temos aquele alien querendo assumir o controle todo tempo. Nós, que fomos salvos e redimidos, mergulhados nas águas e renascidos novas criaturas em Cristo.

Seja tudo que pode ser.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

O mosteiro e a igreja

O mosteiro da Idade Média em que transcorre a ação de O nome da Rosa, de Umberto Eco, é liderado por um monge bastante frio. Um único assunto parece empolgá-lo e enchê-lo de santa devoção e fervor: joias. Ele usa enormes anéis com pedras preciosas (um curioso contraste com as condições de pobreza extrema que existem ao redor do mosteiro, em que aldeões se alimentam do lixo despejado pelos monges montanha abaixo). Quando fala de cada pedra preciosa, o abade revira seus olhos e parece que vai flutuar em transe místico. Segundo ele, as joias o aproximam de Deus, uma tem o vermelho do sangue de Cristo, outra é verde como sei lá o que e ele arremata seu discurso sobre cada uma afirmando "esta é a mais profunda teologia que existe".

É o tipo de coisa que acontece quando você se isola do mundo para pensar e se relacionar apenas com Deus. Você pode começar a achar qualquer bobagem como "a mais profunda teologia que existe". Você pode colocar uma interpretação profética num pináculo de superioridade monomaníaca. Você pode fazer isso com a trindade, o nome de Jesus, a postura na oração. 

Jesus chamou cada discípulo para andar e comer com Ele durante algum tempo, algo como três anos e meio, mas depois foi embora e o fez dizendo "agora vocês vão por toda parte fazendo essas mesmas coisas que Eu fiz. Vocês vão sair por aí, fazer discípulos, pregar a liberdade e mostrar ao mundo inteiro que Deus Se importa, que Deus chora com a doença e a rebelião, que Deus odeia a hipocrisia, que Deus está vendo cada lágrima. Quando vocês vestirem quem não tem um agasalho, quando derem um pão a quem não tem o que comer e quando visitarem um preso, vai ser como se vocês estivesse fazendo isso comigo mesmo, porque Eu passo frio, fome e solidão junto com cada filho meu..."

Jesus não criou mosteiros, criou a igreja, onde essa teologia realmente superior estará sendo esfregada na nossa cara de tempos em tempos. 

Philip Yancey conta, no excelente O eclipse da graça, que visitou mais de 20 igrejas diferentes em sua cidade. "Em meu tour pelas igrejas, as mais tristes que encontrei foram as que não iam além de suas dependências e estacionamentos". Essas se parecem com mosteiros, cheios de "teologias superiores" risíveis.

Esfregue isso na cara de alguém quando puder, mas o faça com amor. Esfregue isso enquanto gentilmente agasalha alguém que passa frio; possivelmente haja alguém nessas condições sentado no mesmo banco de igreja que você. Porque "a religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo" Tiago 1:27.

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Desfecho (in)esperado

A vida por vezes envergonha os roteiristas e escritores por sua criatividade superior. Ela inventa desfechos inusitados para as tramas.

Quando eu visitei pela primeira vez o Zoológico de São Paulo, com, sei lá, oito ou nove anos, o primeiro animal visitado (ficava, não sei se ainda fica, no primeiro espaço à esquerda do portão principal) foi um bichinho simpático parecido com uma lontra chamado ariranha. Foi olhando para as ariranhas que minha mãe me contou a incrível história acontecida talvez meses antes em Brasília, do garoto que caiu no poço das ariranhas. "Não se engane", ela advertiu olhando com aquele olhar de quem conta uma história de terror à beira de uma fogueira de acampamento, fazendo meus pelos e do meu irmão se arrepiarem todos, "a ariranha é um animal mortífero." Ela disse que um militar aposentado que presenciou a cena prontamente se jogou para dentro da jaula, lançou o menino para fora mas levou tantas mordidas das ariranhas que não resistiu e morreu.


Eu instintivamente recuei um pouco para dar um novo olhar às ariranhas mais de longe um pouco.

Você calcula o impacto de uma tal história de heroísmo na cabeça de uma criança de oito anos. Aquele homem não pestanejou nem hesitou e deu sua vida pela de um completo estranho. Uau!

Mas a vida, amigos, é criativa. E tem uma criatividade meio à la George R. R. Martin, ou seja, cruel. No último dia 24/06 aquele menino, salvo por um estranho, retornou aos noticiários. Ele viveu e cresceu para se tornar o respeitável senhor Adilson Florêncio da Costa, ninguém menos que o diretor do Postalis, o poderoso e multimilionário fundo de pensão dos funcionários dos Correios. E o nome do sr. Adilson apareceu porque ele foi preso na Operação Recomeço da Polícia Federal, acusado de desvios gigantescos.

Mutatis mutandis, é como se o soldado Ryan, a quem o personagem de Tom Hanks morre dizendo "faça valer a pena!", voltasse para os Estados Unidos depois da guerra e se tornasse um gângster, um estuprador, um pedófilo ou qualquer coisa do gênero.

Oh, sim, eu fico indignado. Mas só até chegar à frente do espelho, quando não consigo evitar a pesada pergunta: será que eu estou fazendo diferente? Afinal de contas, um estranho, Alguém que não precisava se colocar na linha de tiro, Se jogou, há dois mil anos atrás, na jaula onde eu seria devorado e Se deixou devorar no meu lugar.

A vida é muito criativa. Só que está nas minhas mãos dar um final mais clichê a essa trama. Um final no qual o gesto de heroísmo recebe o devido sinal de gratidão e amor. Um final no qual minha aceitação de Seu gesto o faça ter valido a pena. É por isso que hoje oro.

Feliz sábado,@migos!
Marco Aurelio Brasil, 01/07/2016

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Aqui se faz, aqui há graça

Aqui se faz, aqui se paga, não é? Sei. Veja Arão, por exemplo.

Poucos personagens da Bíblia me intrigam tanto. Enquanto seu irmão está no Sinai, recebendo as tábuas dos dez mandamentos, ele está lá embaixo fazendo uma escultura em ouro no formato de um bezerro para o povo adorar como se ele fosse seu deus, como se esse ídolo tosco e recém criado tivesse tirado o povo do Egito. E o povo não faz apenas isso, em adoração ao bezerro de ouro o povo "se levanta para folgar". Arão acaba por estimular uma orgia regada a vinho no meio do arraial israelita. 

O papel de Arão nesse episódio é inequívoco. "Feriu, pois, o Senhor ao povo, por ter feito o bezerro que Arão formara" (Êxodo 32:35). Quer dizer que caiu um raio na cabeça do irmão mais velho de Moisés? Não. 

Ele se safou dessa e não apenas isso, mas foi eleito sumo sacerdote na sequência.

Mais adiante ele e sua irmã, Miriã, se lançam a esporte favorito de muita gente: falar mal dos parentes. No caso, de Moisés e de sua esposa. É tanta fofoca que aquilo evoluiu para um verdadeiro motim, uma "sedição". Deus também fala por nós, diziam eles. Como resposta, Deus faz com que Miriã fique leprosa. Ei, como assim? E Arão?

Moisés intercede por sua irmã e aquela doença incurável é curada. Em Deuteronômio 9 há uma pista de porque Arão se safou também, falando especificamente do episódio do bezerro de ouro:"O Senhor se irou muito contra Arão para o destruir; mas também orei em favor de Arão" (verso 20).

Arão me ensina que não é legítimo alimentar expectativas de que a punição pelos erros (dos outros, mas também dos meus), seja tão automática e exemplar como se isso aqui fosse um filme americano. Arão também me ensina que a graça divina soa injusta muitas vezes. Arão me ensina que uma vida de retidão e devoção a Deus impacta as pessoas ao meu redor, já que foi em deferência à oração de Moisés que seu irmão não fez e pagou já aqui. E Arão me faz lembrar do poder que tem a oração intercessória.

Você quer abençoar seus filhos? Servir a Deus com integridade certamente é um investimento melhor do que qualquer poupança polpuda ou previdência privada. Esse investimento, aliás, pode impactar até mil gerações. 


sexta-feira, 17 de junho de 2016

Saia do barco

You call me out upon the waters, é como começa Oceans, canção lançada em 2013 pelos australianos do Hillsong United. Você me chama para sair do barco e andar sobre as águas, sobre o desconhecido, onde os pés podem vacilar.
Porque tudo começa numa crise. Trocar a previsibilidade do barco pela incerteza das águas? As razões para não dar esse passo são ótimas, são razoáveis, são confortáveis. Eu tento sufocar a voz que me chama para andar sobre as águas. Eu tento não ouvir, tento negar. Se eu não ouvi esse convite, então estou no barco ainda. Se eu não ouvi, estou onde Tu não estás e minha vida jamais vai ser diferente do que foi até aqui. Posso, no máximo, almejar repetir a melhor alegria que já tive. Sem nenhuma certeza de conseguir, mas se conseguir, bem, essa terá sido toda minha recompensa.
Crise.
And there I find you in the mystery, in oceans deep my faith will stand. Porque é se permitindo deixar que o Autor do chamado me reinvente, é permitindo que a crise se instale e que meus pés se movam por terreno desconhecido que eu O encontro. E sobre as águas profundas minha fé endireita sua espinha, se põe totalmente de pé e respira fundo. Nas águas profundas ela pode vicejar. Your grace abound in deepest waters. Tua graça, que alguém que já esteve lá chamou de maravilhosa, é mais abundante nas águas mais profundas. Se eu fico no rasinho tenho um pálido vislumbre dela. Se eu fico no raso da zona de conforto, se eu fico no raso das noções enlatadas sobre quem Tu és, se eu fico no raso das opiniões de outros, do contato frio, semanal contigo, se eu não avanço sobre as águas mais profundas... terei me conformado em ver muito de longe a terra prometida.
And I will call upon Your name/and keep my eyes above the waves/when oceans rise/my soul will rest in Your embrace/For I am Yours and You are mine. É que depois da crise não há a menor chance de eu querer retornar. Eu Te encontrei. Senti a doçura incomparável de pertencer a Ti. Mas o barco lá atrás tem seu clamor, eu sei. Eu sinto. Então preciso me lembrar constantemente para manter os olhos sobre as ondas, fixos nAquele que me chamou.
Your sovereign hand will be my guideTua soberana mão me guiará. Por onde? Talvez where feet may fail and fear surrounds me (para fora da zona de conforto, onde os pés vacilam e os medos me cercam), mas You’ve never failed and You won’t start nowAh, não, não será agora que Aquele que jamais falhou falhará!
A entrega é um ato de coragem, não de fraqueza. Permitir que a crise se instale e deixar que ela cresça até assumir a forma inequívoca de um chamado inignorável para sair do barco e andar sobre águas escuras, águas profundas, no meio da noite... meu amigo, isso requer valentia. Que eu não tenho. Que Ele dá.
Spirit lead me where my trust is without borders. Espírito, me guie até o local onde minha confiança não conheça limites. Me leve ao local mais profundo. Sobre a fossa das Marianas, onde minha fé seja obrigada a malhar loucamente para adquirir músculos e se tornar maior bem maior do que eu. Me leve onde Tu estás. Me faça esquecer o conforto estéril daquele barco, não posso, não quero voltar lá nunca mais, não quero tirar os olhos de Ti e afundar, não quero a solução fácil de uma certeza calçada na ilusão.
Que eu veja (que não esqueça) que o barco é ilusão, por mais que meus sentidos o apalpem. Amém.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Que horas são?

Bulletin of the Atomic Scientists mantém o chamado "Relógio do Apocalipse", ou "Relógio do Juízo Final", indicando quantos minutos faltam para a meia-noite, ou seja, para o fim do mundo. Em 1953, quando EUA e URSS divulgavam testes com bombas termonucleares, esse relógio esteve posicionado em 23h58. Com o alívio das tensões nucleares o relógio recuou um pouco. A série de quadrinhos dos anos 80 (quando o relógio do apocalipse foi adiantado graças à corrida armamentista no governo Reagan) Watchmen, de Alan Moore, brinca com esse relógio. O pingente "have a nice day" de um dos personagens recebe um respingo de sangue em forma de um ponteiro próximo à meia-noite e isso se torna o símbolo de toda a saga e planta logo no seu começo um curioso easter egg de seu final. Em 2015, o relógio do Juízo Final foi posicionado às 23h57 indicando que uma tragédia está prestes a acontecer, agora nem tanto por conta de bombas atômicas, mas de mudanças climáticas.

Mas você conhece as profecias e tem uma ideia do caminho para o qual este mundo está rumando. Onde você posicionaria o ponteiro dos minutos no relógio do Juízo Final? 

Em Watchmen, uma frase que aparece pixada nos muros é "who watch the watchmen?" (quem vigia os vigilantes?) Boa pergunta.

Os vigilantes da profecia dos tempos de Jesus tinham boas e sólidas razões para crer que o Messias viria de uma forma específica. Razões bíblicas, eu diria. Mas Jesus apareceu de um jeito completamente diferente. Será que os teólogos de então eram piores que os de agora? Jesus deixou uma série de sinais a respeito do tempo de Sua segunda vinda, sinais eloquentes. Se você está acompanhando o ótimo devocional de Marcos de Benedicto, viu esta semana que os habitantes de Pompeia falharam em enxergar uma série de sinais de que o Vesúvio estava ficando nervoso. O filme A grande aposta mostra como apenas uma meia dúzia de visionários enxergaram o colapso do sistema financeiro mundial em 2007/2008. 

Sabe, não acredito que a ênfase sublinhada, negritada, com setinhas piscantes em neon que Jesus deu à recomendação "vigiai, pois não sabeis a hora", foi dada sem propósito. O elemento surpresa estará presente e apenas a postura vigilante determinará sua salvação. Quem vigia os vigilantes? Jesus responde: você. E vigiar, aqui, não significa fazer sensacionalismo a cada espirro do papa ou a cada movimento do presidente dos Estados Unidos. Significa relacionar-se pessoalmente com Jesus Cristo e desenvolver uma confiança sem limites nEle.

Que horas são, amigo? 

Não sei quanto falta para a meia-noite, mas posso responder com segurança: é hora de conhecer a Jesus Cristo e colocá-lO como prioridade na sua vida.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Minha ambição

Aos pés do Sinai, Deus pede a Moisés que realize um censo do recém liberto do cativeiro no Egito povo de Israel. O resultado é de 603.550 homens de 20 anos para cima (Números 1:46). Depois disso, o povo sai daquele deserto e começa uma história triste e longa.

Eles resmungam por carne, Deus manda uma nuvem de codornizes, mas manda também uma "praga mui grande" e morre "muita gente" (Num 11:33). Na sequência, vão doze homens espionar Canaã e na volta dez deles fazem aquele relatório negativo, enaltecendo os gigantes e as cidades fortificadas e a aparente incapacidade de Israel guerrear com eles. O povo que tinha passado pelo mar Vermelho e visto o que acontecera ao exército que o perseguia simplesmente decide voltar para o Egito! Então Deus diz que aquela geração inteira vai morrer no deserto (Num 13 e 14), à exceção dos únicos dois dos doze que deram um relatório positivo, Josué e Calebe.

Segue-se uma guerra que Israel perde (14:39 em diante), a rebelião de Corá, Datã e Abirão, onde morreram cerca de 15.000 homens (Num 16). Nova murmuração pela dureza do caminho e pelo "miserável pão" (o maná) faz Deus tirar a proteção sobrenatural que os acompanhava por um tempo e o arraial se enche de serpentes "e morreu muita gente em Israel" (Num 21:6). Depois eles participam de algumas guerras e agora estão chegando às portas de Canaã. Estavam tão pertinho que começaram a se envolver com as mulheres de lá, no que parecia ser uma estratégia deliberada dos moabitas e midianitas para não serem destruídos por Israel. Mandaram as mulheres seduzirem os israelitas e mostrarem seus rituais pagãos tão mas interessantes que o ritual austero do santuário. A praga que se seguiu matou nada menos que 24.000 (Num 25:9).

Tudo isso aconteceu e agora Israel está "à altura de Jericó", só que do outro lado do Jordão (26:3), ou seja, estão prontos para finalmente invadir Canaã, 40 anos depois do êxodo. Ali Deus pede um novo censo. Toda uma geração havia morrido, passado por aquelas guerras todas e pragas e ainda assim o resultado do censo foi de 601.730 (26:51), ou seja, apenas 1.820 homens a menos.

Que chances haveria de um povo desse tamanho permanecer unido em uma situação inóspita e sofrer uma alteração tão estatisticamente irrelevante como essa se Deus não estivesse na equação?

Mas mais do que essa reflexão a respeito dos homens a menos, me impressiona a reflexão a respeito dos homens que continuavam. De todos que estavam no primeiro censo, só restaram Moisés, Josué, Calebe e Eleazar, o filho de Arão. Quatro homens, de toda aquela geração de mais de 603 mil. O Senhor conhece os seus (II Timóteo 2:19).

Confesso aqui minha ambição: quero ser dEle. Quero passar pelas guerras e pelos desertos sem murmurar. Quero conhecê-lO a tal ponto que nem me ocorra outra reação qualquer.

E quero companhia. A sua.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

A cavalaria está chegando

Faça esta pergunta a si mesmo agora: sua vida seria realmente diferente se você não soubesse que Jesus vai voltar?

Se a atual ordem de coisas está prestes a ruir, o seu conforto na próxima ordem depende de quão rapidamente você a abraça e se engaja em sua instalação. Não uso aqui a palavra "conforto" com seu viés mais egoísta, mas me refiro à forma como você se ambientará na outra realidade. Por outras palavras, quando se vive numa fase de transição, a iminência da revolução coloca tudo em perspectiva. Você não se relaciona com os poderes reinantes da mesma forma que antes. Você adota uma postura mais ajustada à ética e aos valores que estão vindo.

Gritar "não vai ter golpe!" até a hora mesmo em que a mudança se consuma é a atitude que Pedro descreve aqui: "Antes de tudo saibam que, nos últimos dias, surgirão escarnecedores zombando e seguindo suas próprias paixões. Eles dirão: O que houve com a promessa da sua vinda? Desde que os antepassados morreram, tudo continua como dede o princípio da criação" (II Pedro 3:3 e 4).

Ignorar a transição é uma opção. Você pode se convencer de que tudo está como sempre esteve. Você pode fingir que não ouve o marchar dos ponteiros se aproximando da meia-noite. 

Ou você pode - e é isso o que significa a advertência do Mestre "vigiai! vigiai!" - passar a se relacionar com o atual príncipe deste mundo, sua ética e seus valores, de forma diferente. Você pode abraçar o espírito do Reino já agora, você pode se engajar na instalação desse Reino já agora, você pode - você deve! - pegar nas armas, adotar táticas de guerrilha, trabalhar pela deposição do tirano opressor em todas as frentes possíveis, já agora. Negando uma vantagem indevida, isso é uma granada que explode. Amando e velando por sua esposa como você prometeu solenemente fazer, isso é uma emboscada no inimigo. Buscando manter sua mente blindada contra aquelas fantasias pegajosas, permanecendo fiel a seus valores num mundo cínico, saindo do seu trajeto e chegando atrasado a seu compromisso para ajudar alguém ferido e abatido na beira da estrada, procurando primeiramente aquele Reino e sua justiça e deixando que tudo o mais seja acrescentado conforme seja a vontade do Rei porvir... são todos ataques aos flancos do inimigo. As portas do inferno, diz o Rei vindouro, não resistirão a esses ataques!

"O fim de todas as coisas está próximo. Portanto sejam criteriosos e estejam alertas; dediquem-se à oração. Sobretudo, amem-se sinceramente uns aos outros, porque o amor perdoa muitíssimos pecados." (I Pedro 4:7 e 8). Porque o fim, amigos, está próximo!

Ou será que a ciência de que a revolução final está às portas não tem impacto nenhum na forma como você vive e na forma como se relaciona com o rei atual e com o Rei que está chegando?