sexta-feira, 20 de maio de 2016

A cavalaria está chegando

Faça esta pergunta a si mesmo agora: sua vida seria realmente diferente se você não soubesse que Jesus vai voltar?

Se a atual ordem de coisas está prestes a ruir, o seu conforto na próxima ordem depende de quão rapidamente você a abraça e se engaja em sua instalação. Não uso aqui a palavra "conforto" com seu viés mais egoísta, mas me refiro à forma como você se ambientará na outra realidade. Por outras palavras, quando se vive numa fase de transição, a iminência da revolução coloca tudo em perspectiva. Você não se relaciona com os poderes reinantes da mesma forma que antes. Você adota uma postura mais ajustada à ética e aos valores que estão vindo.

Gritar "não vai ter golpe!" até a hora mesmo em que a mudança se consuma é a atitude que Pedro descreve aqui: "Antes de tudo saibam que, nos últimos dias, surgirão escarnecedores zombando e seguindo suas próprias paixões. Eles dirão: O que houve com a promessa da sua vinda? Desde que os antepassados morreram, tudo continua como dede o princípio da criação" (II Pedro 3:3 e 4).

Ignorar a transição é uma opção. Você pode se convencer de que tudo está como sempre esteve. Você pode fingir que não ouve o marchar dos ponteiros se aproximando da meia-noite. 

Ou você pode - e é isso o que significa a advertência do Mestre "vigiai! vigiai!" - passar a se relacionar com o atual príncipe deste mundo, sua ética e seus valores, de forma diferente. Você pode abraçar o espírito do Reino já agora, você pode se engajar na instalação desse Reino já agora, você pode - você deve! - pegar nas armas, adotar táticas de guerrilha, trabalhar pela deposição do tirano opressor em todas as frentes possíveis, já agora. Negando uma vantagem indevida, isso é uma granada que explode. Amando e velando por sua esposa como você prometeu solenemente fazer, isso é uma emboscada no inimigo. Buscando manter sua mente blindada contra aquelas fantasias pegajosas, permanecendo fiel a seus valores num mundo cínico, saindo do seu trajeto e chegando atrasado a seu compromisso para ajudar alguém ferido e abatido na beira da estrada, procurando primeiramente aquele Reino e sua justiça e deixando que tudo o mais seja acrescentado conforme seja a vontade do Rei porvir... são todos ataques aos flancos do inimigo. As portas do inferno, diz o Rei vindouro, não resistirão a esses ataques!

"O fim de todas as coisas está próximo. Portanto sejam criteriosos e estejam alertas; dediquem-se à oração. Sobretudo, amem-se sinceramente uns aos outros, porque o amor perdoa muitíssimos pecados." (I Pedro 4:7 e 8). Porque o fim, amigos, está próximo!

Ou será que a ciência de que a revolução final está às portas não tem impacto nenhum na forma como você vive e na forma como se relaciona com o rei atual e com o Rei que está chegando?

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Sob nova direção

Quando as coisas vão mal, a simples mudança na gerência do empreendimento é um sopro de esperança. Quantos times desacreditados não se tornaram campeões após uma mudança de técnico? 

Quando as coisas vão mal, a simples consciência de que a gestão passará a ser conduzida por alguém com outro discurso e a simples possibilidade de que essa gestão seja orientada por outra gama de valores pode ser uma luz no final do túnel.



Lembro de um comercial de TV que, salvo engano, foi exibido numa única oportunidade e, se lembro bem, foi no dia em que foi anunciada a eleição de Collor para Presidente. O comercial, patrocinado por um Banco, exibia cenas aéreas do Brasil até chegar no Palácio da Alvorada, em Brasília, enquanto Herbert Vianna lia com muita emoção um poema chamado "Santa Clara, clareai" (que agora São Google me informa ser "A oração para aviadores", de Manuel Bandeira). Era a esperança depois de uma noite longa. Era uma chance de acertar.

Se minha memória não me trai, isso aconteceu há 26 anos, e no entanto eu ainda lembro do gosto da esperança. Gosto que senti algumas vezes mais e que depois invariavelmente se fez amargo. Ainda assim, é muito bom senti-lo de novo.

Isso me remete ao dia em que senti um gosto novo em minha existência particular. Deve ter acontecido por volta de 1993, quando já era sabido que Santa Clara não havia feito um bom trabalho e Collor já ia defenestrado do Planalto. Eu tinha 20 anos e constatei estupefato que eu estava sob nova direção. Minha escala de valores havia sofrido uma revolução, minhas prioridades e afetos tinham virado de cabeça para baixo. O estudo da Bíblia, a constatação da atuação divina em minha vida e a interação com amigos muito especiais produzira aquela metamorfose. 23 anos mais tarde, o noticiário político do Brasil me conduz à frente do meu espelho para perguntar: "Continuo fiel a essa mudança doce, dulcíssima de direção?"

Estar sob nova direção é um imperativo. Quem está em Cristo, nova criatura é (II Coríntios 5:17). Nas palavras do saudoso Morris Venden, "conquanto possamos não saber precisar o dia e o lugar em que nos convertemos, todos podemos dizer se o fomos ou não". Me preocupo quando escuto de cristãos que nunca tiveram uma experiência assim. "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus" (João 3:3). É necessário. É mandatório.

Morris Venden continua: "E conquanto não possamos operar por nós mesmos a nossa conversão, podemos pavimentar o caminho pelo qual isso se fará possível".

Se você não sabe o que é estar sob nova direção, saiba, meu amigo, que essa é a experiência a ser buscada com maior urgência e com maior afinco. É essa a emergência que todas as luzes piscantes ao seu redor indicam. Se colocar no ambiente em que isso acontece, passar a alimentar deliberadamente os pensamentos que se harmonizam com essa mudança de paradigmas, conhecer e prosseguir em conhecer a Bíblia e o Deus dela, isso é a prioridade de sua vida. Porque uma vida que não desemboca no "reino de Deus" é uma tragédia, é entornar ao chão o preciosíssimo sangue de Cristo, o único capaz de, esse sim, entregar um futuro idílico e à prova de amarguras.

E se você conhece a experiência, junte-se a mim nesse balanço. Aproveite a violenta mudança de direção sobre a qual os jornais não param de falar para avaliar se os princípios que o norteiam hoje estão alinhados aos que você recebeu naquele dia glorioso. Porque uma mudança de direção só é efetiva se você se mantém andando na nova direção.

Que possamos todos estar sob nova direção, e na direção certa.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Aliança

Você podia deixar de gostar de uma comida, podia ficar de mau com um cara que até então tinha sido seu melhor amigo, podia até mudar de time. Só havia uma volubilidade que você nunca, jamais, em hipótese alguma podia fazer. Só uma que fazia com que todos ao redor passassem a ter uma ideia amplamente desfavorável quanto ao seu caráter: romper uma aliança no War.

Juntamente com o Banco Imobiliário, War era o grande passatempo das tardes de chuva das férias. Você sabe, seus exércitos estão espalhados por um mapa múndi simplificado e você recebe um objetivo. "Destruir todos os exércitos azuis ou conquistar 24 territórios à sua escolha". "Reunir 50 exércitos no Oriente Médio". "Conquistar a Europa, a África e a Oceania". E, para alcançar seus objetivos, às vezes você fazia uma aliança, um tratado de não-agressão com um oponente. Essa aliança era sagrada. Se você tinha alguma intenção de atacar aquele jogador, devia negociar uma aliança por "x" rodadas, não podia jamais fazer uma aliança por tempo indeterminado e lá pelas tantas atacar o seu antigo aliado. 

(Pensando bem, levávamos as alianças no War mais a sério do que muitas pessoas levam a aliança do casamento, feita perante testemunhas e Deus, com uma roupa especial, etc..)

Conforme aprendi esta semana ouvindo ao pastor Felipe Tonasso, a palavra aliança no hebraico tem o significado de "estar acorrentado" a uma promessa. É um voto solene, algo que não pode ser quebrado. Algo mais parecido com as alianças infantis no War e menos com nossas sociedades adultas.
Deus fez uma aliança com Noé. A repetiu com alguns acréscimos a Abraão. A repetiu de forma diferente com Moisés. E estabeleceu uma "nova aliança" ou um "novo testamento" em Jesus Cristo. Tomando esse voto pelo Seu próprio nome santo, Deus está acorrentado à promessa. Nada que eu faça ou deixe de fazer O demove dela. 

Isso significa que, para eu não gozar das promessas associadas a essa aliança (coisas como eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos, ou sereis salvos, ou temos paz com Deus, ou ...e Eu vos aliviarei, ou vida em abundância paz que excede todo entendimento...) é necessário uma atitude de rejeição deliberada da aliança. É preciso, como Tonasso disse, seja com palavras, seja com a vida que escolhi levar, olhar nos olhos de Jesus Cristo e dizer eu te rejeito.

O incrível disso tudo é que eu entendo bem porque eu fazia alianças no War. Eu fazia alianças com iguais. Não me ocorria fazer uma aliança com alguém perdendo o jogo, quase a ponto de sumir do mapa. Deus, contudo, Se acorrentou deliberadamente com alguém que nada tem a oferecer. Ele nada lucra nessa aliança! Nada. 

É incrível, é comovente, é constrangedor. Mas então, o que falta para eu levar a sério o meu aliado?