Por anos a expressão “evangelho
do reino” tem sido objeto de reflexão e estudo para mim. Jesus disse que “este evangelho do reino será pregado em
todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim” (Mateus
24:14). Todos os outros sinais que
Ele dá, até este ponto, a respeito de Sua segunda vinda (guerras, fomes,
pestes, falsos profetas, etc) são inconclusivos; Ele afirma para não nos
assustarmos com eles, eles não indicam o fim (verso 6). Este, contudo, é
diferente. Passa a ser, então, vital para mim descobrir o que exatamente é o
evangelho do reino.
Há cristãos pregando mundo
afora todo tipo de evangelho. Há o evangelho que é anti outras vertentes, há o
evangelho que é pró clero, há o evangelho anti-homossexualismo ou anti-aborto,
há o evangelho do dízimo e da prosperidade, o evangelho dos mandamentos, o evangelho
do amor e da tolerância irrestritos e tantos, tantos outros. Qual deles seria o
evangelho do reino? Qual deles seria aquele que prega a ênfase exata de Jesus,
para o qual todas as outras coisas boas e saudáveis são acessórios importantes,
mas não o epicentro da pregação?
Não admira que eu fique aqui
quebrando a cabeça para entender o que significa o evangelho do reino. Afinal,
o Jesus contou dezenas de parábolas para explicar com quê o “reino dos céus” se
parece. Esse reino pode ser enxergado por muitos ângulos diferentes e, para
entendê-lo, Ele nos convida a considerar coisas tão diferentes quanto um
semeador, uma semente de mostarda, um mercador de pérolas, um dono de terras
que contrata trabalhadores ou um rei que prepara uma festa de casamento para
seu filho.
A chave da compreensão dessa
expressão está, acredito eu, no capítulo 4 do mesmo livro de Mateus. Ele descreve
os primeiros passos do ministério público de Jesus: “Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque
está próximo o reino dos céus” (verso 17). Jesus então começa a convocar Seus
discípulos e andar pela Galileia com um único discurso: “Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o
evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo” (verso 23).
O que sei do reino dos céus,
então, é que, embora Jesus tenha começado pregando que ele estava próximo, nos
dias de Jesus efetivamente chegou. Ele afirmou para não sairmos procurando este
reino aqui ou lá, “porque o reino de Deus
está dentro de vós” (Lucas 17:21). A outra certeza que temos a respeito do
reino é que ele envolve arrependimento. Arrependimento pressupõe reconhecer que
o caminho em que temos caminhado é mau, estando disposto a abandoná-lo. Se você
nunca vivenciou o arrependimento está em qualquer lugar, menos nos domínios do
reino de Deus, e se o evangelho que você prega ou escuta não envolve uma mudança de vida, uma transformação radical de seus valores e prioridades, não se trata do evangelho do reino de Deus. É um embuste, uma farsa.
Este reino já está aqui.
Posso, como um embaixador do reino em terra estrangeira, mas em caráter
transitório, posso respirar seu ar benfazejo, incorporar sua ética superior, me
orgulhar de ser súdito do único soberano que é Justo e é Amor. Para tanto,
preciso largar o caminho ao qual estou afeito e no qual me sinto confortável.
Esta é a mensagem que preciso desesperadamente viver e pregar ao mundo.
Feliz sábado, @migos!
Marco Aurelio Brasil,
10/08/12
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