Ellen G. White comenta em
“Patriarcas e Profetas” que a figura do ídolo apareceu muito cedo na História,
antes mesmo do dilúvio, e com uma boa intenção. Os seus fabricantes queriam
ajudar as novas gerações a conhecerem a existência de Deus, mas o fato de Ele
não ser visível e palpável parecia um entrave. Os ídolos, então, apareceram com
funções didáticas, mas as consequências de querer reduzir a uma forma hominídea
o que é transcendente foram trágicas: as pessoas passaram a atribuir àquelas
estátuas de madeira e barro parecidas com homens as qualidades dos próprios
homens, com seus defeitos todos. Cedo, portanto, na História do mundo, os
deuses se tornaram irascíveis, caprichosos, teimosos, distraídos e vingativos. Assim,
o padrão moral se reduziu drasticamente, redundando no ambiente que albergou a
catastrófica história do dilúvio.
Pois bem, o ídolo é algo que
pretende ser Deus mas que é menos do que Ele. Ora, a Bíblia adverte em milhares
de passagens distintas contra os perigos da idolatria e temos dito por aí que a
idolatria modernamente seria colocar alguma coisa no papel de centralidade e
senhorio absoluto que é de Deus e dEle apenas. Tenho pra mim, contudo, que a
idolatria pode ser bem mais do que isso.
Tome-se a imagem do Deus vivo
que temos no cristianismo: Jesus Cristo. “Quem me vê a mim vê o pai”, Ele
afirmou para Filipe (João 14:9). Pois bem, Ele disse que deveríamos guardar
Seus mandamentos. Disse que os mandamentos podem se resumir a “amar a Deus e ao
próximo”. Disse que veio para nos proporcionar o perdão e que o que se espera
de nós na sequência é que saiamos por aí multiplicando esse perdão. “Nisso conhecerão que sois meus discípulos,
se vos amardes uns aos outros” (João 13:35). Para dar cumprimento a esses
mandamentos (que, graças ao poder que Ele nos confere, “não são penosos”), Ele ensinou que devemos ser humildes e
pacificadores, devemos oferecer a outra face, abster-nos de reivindicar alguns
de nossos direitos, pensar no bem estar dos outros antes de no nosso próprio e
outras medidas impopulares.
Muito bem, se este é o nosso
Deus, aquele a quem pretendemos estar adorando com nossos cânticos e orações,
bem, se este é o nosso Deus e nós nos recusamos a fazer o que Ele diz, estamos
adorando um deus que é menos do que Deus de fato é. Se nosso Deus é só o bom
pastor para nós e os nossos, estamos adorando um deus que é menos do que Ele é
de verdade. O cristão que não tem forças para amar e que está disposto a
perdoar é um idólatra. Tem um deus pela metade no altar.
Cuidado com a idolatria,
@migo! Cuidado!
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