A lei máxima, a lei da qual
decorriam todas as outras, envolvia amar o próximo. Aí um bom advogado, atento
às brechas da lei, perguntou a Jesus qual era a definição de próximo. Jesus
contou a parábola do bom samaritano para deixar cristalinamente claro o óbvio:
próximo é quem está perto. Qualquer pessoa, de qualquer tribo e com qualquer
passado. Quem está perto deve ser amado, isto é a lei e ponto. Mas por que Jesus
acrescentou ao relato o detalhe da conversa com o estalajadeiro? O ato de amor
e altruísmo do samaritano já estaria bem evidenciado sem ele.
Como muitas das palavras de
Jesus, a parábola do bom samaritano pode ser virada do avesso para indicar
novas e fantásticas verdades. Meu amigo Gabriel esteve hospedado aqui em casa
há algumas semanas e dividiu comigo estes insights:
E se olharmos para a parábola
nos colocando na pele do homem que foi assaltado e espancado na estrada para
Jericó, ao invés de nos colocarmos na pele de quem passa por perto e o vê
desacordado, como costumeiramente o fazemos? Aparece alguém improvável (na
história, por ser de um povo inimigo; na realidade, por ser o Rei do Universo)
e se ajoelha ao nosso lado, faz curativos em nós, nos levanta em seus ombros e
nos coloca sobre sua montaria, andando o resto do trajeto a pé. Ele nos leva
até uma hospedaria, paga do próprio bolso nossa estada e diz ao estalajadeiro:
se ele gastar algo mais, por favor, use seus próprios recursos, porque quando
eu voltar por aqui eu o pagarei.
Você e eu fomos alvos de um
amor desapegado, altruísta, improvável, por vezes até implausível. Estávamos
derrotados, caídos, machucados. Jesus desceu da glória em que habitava, nos
colocou nela enquanto estamos sendo curados, abriu mão de Seus recursos todos e
então nos confiou à igreja. Ele deu recursos à igreja, mas disse-lhe que
possivelmente ela teria que lançar mão de seus próprios recursos, com a
promessa de que, ao voltar, Ele a compensaria.
Se você já se sente curado
das maiores feridas que o pecado lhe fez, então é tempo de você passar do papel
de vítima do assalto para o de estalajadeiro, cuidando dos feridos,
servindo-os, aplicando seus próprios recursos de tempo, dinheiro, talentos e
conhecimento para vê-los fortes e de pé. Quando Ele voltar, não deixará nenhum
ato de amor sem seu justo salário!
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