sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O bom samaritano revisitado


A lei máxima, a lei da qual decorriam todas as outras, envolvia amar o próximo. Aí um bom advogado, atento às brechas da lei, perguntou a Jesus qual era a definição de próximo. Jesus contou a parábola do bom samaritano para deixar cristalinamente claro o óbvio: próximo é quem está perto. Qualquer pessoa, de qualquer tribo e com qualquer passado. Quem está perto deve ser amado, isto é a lei e ponto. Mas por que Jesus acrescentou ao relato o detalhe da conversa com o estalajadeiro? O ato de amor e altruísmo do samaritano já estaria bem evidenciado sem ele.

Como muitas das palavras de Jesus, a parábola do bom samaritano pode ser virada do avesso para indicar novas e fantásticas verdades. Meu amigo Gabriel esteve hospedado aqui em casa há algumas semanas e dividiu comigo estes insights:

E se olharmos para a parábola nos colocando na pele do homem que foi assaltado e espancado na estrada para Jericó, ao invés de nos colocarmos na pele de quem passa por perto e o vê desacordado, como costumeiramente o fazemos? Aparece alguém improvável (na história, por ser de um povo inimigo; na realidade, por ser o Rei do Universo) e se ajoelha ao nosso lado, faz curativos em nós, nos levanta em seus ombros e nos coloca sobre sua montaria, andando o resto do trajeto a pé. Ele nos leva até uma hospedaria, paga do próprio bolso nossa estada e diz ao estalajadeiro: se ele gastar algo mais, por favor, use seus próprios recursos, porque quando eu voltar por aqui eu o pagarei.

Você e eu fomos alvos de um amor desapegado, altruísta, improvável, por vezes até implausível. Estávamos derrotados, caídos, machucados. Jesus desceu da glória em que habitava, nos colocou nela enquanto estamos sendo curados, abriu mão de Seus recursos todos e então nos confiou à igreja. Ele deu recursos à igreja, mas disse-lhe que possivelmente ela teria que lançar mão de seus próprios recursos, com a promessa de que, ao voltar, Ele a compensaria.

Se você já se sente curado das maiores feridas que o pecado lhe fez, então é tempo de você passar do papel de vítima do assalto para o de estalajadeiro, cuidando dos feridos, servindo-os, aplicando seus próprios recursos de tempo, dinheiro, talentos e conhecimento para vê-los fortes e de pé. Quando Ele voltar, não deixará nenhum ato de amor sem seu justo salário!

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