sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A pirâmide

Como foi sua alimentação este ano? Você conhece o ditado: você é o que você come, e talvez você conheça também a pirâmide alimentar, aquela representação gráfica que coloca na base do triângulo pães, cereais e carboidratos e lá na pontinha dele açúcares e gorduras, indicando que a alimentação tem que ser aqueles como regra e estes como exceção. A proporção dos alimentos que você comeu este ano foi saudável?

Para além da dica de resolução de ano novo (“em 2011, vou me alimentar melhor!”), minha intenção é lembrá-lo que Jesus Cristo afirmou ser “o pão da vida” (João 6:35). Ele sabe que você é o que você come e por isso Ele se identificou com o alimento mais trivial e básico que existe, aquele que comemos todos os dias.

No começo do século passado, Oswald de Andrade e outros intelectuais paulistas assinaram o “Manifesto Antropofágico”, um libelo artístico e literário que enaltecia o espírito criativo humano e convocava a todos que alimentassem seu espírito com os frutos da verve de outros homens. Não é exatamente o que temos feito? De que alimentamos nosso espírito? O que comemos todos os dias? Mais que isso: nossos valores e princípios, a forma como entendemos o mundo e aquilo que reputamos como verdade e como conhecimento, são fruto de quem? De Deus ou dos homens?

Alguns cristãos pregam que só devemos comer pão, que tudo o que pessoas que não temem a Deus fazem não presta e não devemos “comer”, mas esse me parece outro extremo nada saudável. Paulo conhecia as obras dos pensadores de seu tempo e Deus sempre nos inspirou através das formas artísticas conhecidas. Deus ama a poesia, a pintura, a música e a literatura e não poderia ser diferente, já que a criação de Suas mãos exala uma arte superior por cada mínimo poro.

Acontece que Ele é pão e as obras dos homens são açúcar. Um é regra, o outro é exceção. Um é para ser comido todos os dias em quantidades generosas, o outro não é essencial.

Em 2011, garanta o essencial.

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