sexta-feira, 8 de abril de 2016

Há uma luz à frente

Há uma grande luz à frente. Essa luz incide sobre pessoas e objetos lançando sombras compridas lá para trás. Segundo Colossences 2:16 e 17, os rituais do santuário conforme regulamentados por Moisés no Êxodo e no Levítico, eram apenas sombras de corpos que estavam à frente. O texto menciona especificamente as festas rituais que os hebreus celebravam anualmente.

Elas eram seis: a Páscoa, a festa de pães asmos, a festa das primícias, o Pentecostes, a festa de trombetas, o dia da expiação e a festa dos tabernáculos. Bem, se cada uma delas era sombra de um corpo futuro, isso indica que temos uma luz muito forte à nossa frente ainda, uma luz em cuja direção correr é praticamente o sentido maior da vida.

O pastor José Pereira, em A cruz antes da cruz, dá excelentes razões para identificar cada um dos corpos que projetam essas sombras. Melhor dizendo, ele identifica seis momentos da atuação de Jesus em nosso favor como projetando cada uma dessas seis sombras que a recém nascida nação hebreia deveria festejar anualmente, como uma antecipação do que aconteceria. Estas são as festas, em sua ordem cronológica:

Páscoa - essa é a mais fácil de identificar. A Páscoa era uma sombra da cruz. Assim como o cordeiro era morto na páscoa para libertar o povo da escravidão, Jesus seria o cordeiro que tira os pecados do mundo.

Pães Asmos - essa festa, que era coladinha com a da Páscoa, se notabilizava pela ausência total de fermento, uma clássica representação do pecado. A morte vicária de Jesus abre espaço para a justificação, a destruição do poder do pecado em nossa vida, o sepultamento do passado acompanhado do poder para viver uma vida nova.

Primícias - essa festa também era colada nas duas anteriores. Nela, os israelitas deviam dedicar a Deus os primeiros frutos de suas plantações. O dia da festa dos pães asmos era chamado de um sábado cerimonial, e as primícias aconteciam no dia seguinte. Um domingo, portanto. A festa das primícias é, muito claramente, uma sombra da ressurreição de Jesus. É por isso que, ao referir-se à ressurreição, Paulo chama Jesus de "as primícias" (I Coríntios 15:23). Se a páscoa simboliza o sacrifício vicário de Jesus e a festa dos pães asmos simboliza o poder regenerador desse sacrifício, a festa das primícias é um eloquente símbolo da esperança de que a morte não é definitiva para os que estão em Cristo. 

Manjares - a festa de manjares acontecia 50 dias após a festa das primícias. Daí vem o nome pelo qual essa festa passou a ser conhecida no novo testamento: pentecostes. Ficou fácil, né? A festa de manjares era uma antecipação do momento, também crucial no plano de salvação do homem, em que Jesus cumpriria a promessa de enviar a Sua igreja o Espírito Santo, que não apenas convence cada crente do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8), como faria cada crente frutificar amor, paz, longanimidade, etc (Gálatas 5) e concederia o poder para pregar o evangelho ao mundo (Atos 2).

Trombetas e Expiação - Essas duas festas, que eram coladas, formavam um conjunto. A das trombetas acabava sendo uma preparação para a expiação, que, segundo a teologia adventista, é um símbolo do julgamento que acontece antes da volta de Jesus. Esse julgamento está acontecendo agora, e, segundo Apocalipse 14, ele seria precedido pelo anúncio da chegada desse tempo. A festa das trombetas, portanto, é uma sombra da primeira mensagem angélica de Apocalipse 14, que identificamos como sendo o fervor religioso que tomou conta do Ocidente em meados do século XIX, anunciando a breve volta de Jesus.

Tabernáculos - Na última festa anual, os israelitas passavam uma semana acampados em tendas, como forma de recordar o êxodo. Mas como toda celebração ritual, essa festa não apontava apenas ao passado, mas também ao futuro. Ela também era uma sombra de um evento futuro. O evento mais profetizado na Bíblia inteira, o momento em que Jesus retornará a essa Terra e "o tabernáculo de Deus estará com os homens" (Apocalipse 21:3).

Nas seis festas anuais está escrita a história da redenção do gênero humano. Dos seis eventos que elas profetizavam, cinco já aconteceram. Só resta um, e viver na expectativa desse último evento glorioso e cheio de luz coloca tudo em perspectiva. Minha escala de prioridades e afetos é impactada, a forma como utilizo meu tempo livre é impactada, meus relacionamentos são impactados e meus sonhos e projetos são transformados.

Corra para a luz.

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