sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Papo cueca

Meninas, se me dão licença, vocês podem pular a leitura hoje, gostaria de falar hoje especialmente com os homens.

Rapazes, mais cedo estive lendo Gênesis 3 e a reflexão a que a leitura me conduziu mudou o curso dos meus planos e o que eu planejava escrever. Duas coisas me chamaram a atenção especialmente no relato da queda e ambas têm a ver com nosso papel de homens neste mundo.

A primeira é que quando Deus caminha procurando Adão e Eva, é a ele que Se dirige primeiro pedindo explicações sobre o que havia dado errado. Machista e chauvinista como possa parecer, o homem é o primeiro interlocutor, é aquele a quem o Senhor vai pedir explicações quando algo sair dos trilhos com nossa família. Não se trata exatamente de uma prerrogativa ou de um privilégio, mas de uma responsabilidade.

Temos o exemplo de Adão ao qual não seguir. Podemos fazer como ele e justificar o fracasso apontando para as escolhas dos demais membros da casa. É sempre uma opção... Ou podemos pedir sabedoria a Deus para tomar hoje as atitudes que vão aumentar significativamente a probabilidade de não haver fracasso no futuro. É o princípio da colheita, a gente colhe aquilo que plantou, não tem escapatória. A primeira dessas atitudes é nos jogarmos aos pés de Cristo e perguntar o que Ele quer que façamos, como Ele quer que apliquemos nosso tempo livre, a hora que Ele deseja que nós acordemos, que tipo de interação Ele quer que tenhamos com nossos filhos e com nossa esposa...

Aliás, a interação com a esposa tem a ver com a segunda coisa que hoje me chamou a atenção. Lembrei algo que Renato Cardoso havia observado em"Casamento blindado": a maldição do homem tem a ver com o elemento do qual foi tirado: a terra. A partir da queda ele teria que suar para trabalhar a terra. Uma consequência disso é que o senso de valorização e de sucesso do homem estaria atrelado de forma mais destacada ao trabalho, a conquistar e subjugar, a terra ou que quer que fosse. Só Ele sabe quantos homens estabeleceram como alvo principal de sua vida sucesso no trabalho! Quando fui dispensado da empresa na qual trabalhava, passei uns meses na consultoria de outplacement vendo uma procissão de homens com a autoestima em frangalhos. Perder o "sobrenome corporativo" era o mesmo que fracassar rotundamente para muitos deles (pra mim também foi, não me coloco acima disso).

Essa é uma razão adicional para pedir sabedoria a Deus e conseguir dosar essa busca incansável por conquistar coisas novas no campo profissional, afinal, Deus vai pedir contas de sua família, não esqueça.

Mas é curioso que a maldição que recaiu sobre a mulher também tem a ver com o elemento do qual ela foi gerada: o marido. Deus disse que a partir de então seu desejo seria para seu marido. A mentalidade do século XXI tentou desfigurar isso e estabelecer esse fato como uma realidade superada, mas a verdade é que o senso de valor, a autoimagem e a felicidade de milhões de mulheres continuam dependendo do que seus maridos pensam delas e de como elas são tratadas por eles.

Lembre que um dia, usando uma roupa esquisita e na presença de testemunhas, você jurou perante Deus zelar pela felicidade dela. Lembre que a felicidade dela está atrelada, por um ato do próprio Deus, ao que você diz a ela, ao grau de importância que ela recebe na escala de prioridades e valores que você cultiva, a como você a trata, a quanto você a elogia e ao quanto você mantém ativa na sua memória as virtudes dela.

Não pense que uma mulher com a autoestima quebrada poderá ser melhor manipulada. Deus vai lhe pedir contas disso também. Ele vai chegar e perguntar: "ei, marido, sua esposa foi feliz?"

Quando isso acontecer você vai olhar para o lado buscando alguém em quem botar a culpa e o mais triste é que não vai haver ninguém ali.

Nenhum comentário: