Na semana passada olhamos para as orações de Paulo pelos
filipenses, efésios e colossenses e notamos que elas não se parecem muito com
as orações que fazemos uns pelos outros. Paulo ora para que as pessoas que ama
tenham coisas como discernimento entre o certo e o errado, tenham perseverança,
força para viver uma vida com padrões morais e éticos mais elevados do que a
média e espírito de gratidão. Mas ele também pedia orações por si próprio.
E quais eram os pedidos de Paulo por si mesmo? Se entrasse
num culto de quarta-feira da sua igreja, ele entraria na fila das pessoas que
pedem por um parente doente, por um emprego ou pelo casamento de um primo?
Talvez, mas o pedido de oração que temos registrado em Colossenses 4:2-4 também
é de uma natureza diferente dessas que fazemos por nós mesmos.
“Não se cansem de
orar;... não se esqueçam de orar por nós também, a fim de que Deus nos dê
muitas oportunidades de pregar o evangelho, a fim de que possamos proclamar o
mistério de Cristo pelo qual eu estou aqui na prisão. Orem para que eu seja
bastante corajoso para falar do evangelho livre e abertamente, e explica-lo
como devo naturalmente fazer”.
O cara estava preso. Em outras passagens vemos que ali ele
passava frio e muitas privações, o que não o impedia de solicitar orações por
mais coragem e por mas oportunidades para falar da mensagem que transformara
sua vida.
Paulo tinha uma causa. Uma causa pela qual entregara sua
vida inteira. É possível notar esse fato pelas orações que fazia e pelas que pedia.
Se ainda estamos na dinâmica de saber pedir apenas por
melhores condições de vida aqui e agora, se estamos ainda presos pela tirania
da qualidade de vida a qualquer custo, não adianta pretender simplesmente
começar a proferir mecanicamente outras palavras na oração para parecermos
pessoas melhores, cristãos mais maduros.
O que não significa que nossas orações precisem continuar
iguais. Talvez seja o caso de começar a
orar por maturidade. Para que a “causa”
nos tome por completo. Para que cheguemos ao nível de Paulo, capaz de desejar
coisas mais sofisticadas do que o trivial para os outros e para si próprio,
coisas mais harmonizadas com a eternidade.
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