Quinze anos atrás minha resposta foi diferente. Com um sorrisinho algo pretensioso, olhei fundo nos olhos do meu amigo e disse: "você vai descobrir. Fique tranquilo, um dia você vai entender perfeitamente." Eu era jovem demais. Não sei se esse meu amigo descobriu porque sua vida deu as voltas que deu, se ele chegou a alguma conclusão, mas eu jamais poderia dar uma resposta dessas hoje em dia, pelo simples fato de que às vezes a gente não descobre. Jó não descobriu porque seus filhos foram mortos, seu patrimônio destruído e seu corpo ficou coberto de chagas. João Batista não descobriu porque teve de ser aprisionado e decapitado. Ninguém disse a Paulo porque exatamente aquele "espinho na carne" de que ele fala continuou lá.
Por mais que a ideia de dinheiro ser "amaldiçoado" me pareça estranha e eu tenha toda uma teologia a respeito da justiça divina, os cursos incertos da vida e essas experiências todas encontradas na Bíblia já não me deixam mais ser o gatilho mais rápido do Oeste na hora de dar respostas. É que Deus nunca prometeu respostas. Ele deixou princípios gerais na Bíblia e a gente patina um pouco na hora de trazê-los para os casos concretos.
Mas pensando nisso tudo esta semana me veio uma ideia que me parece digna de ser compartilhada: acredito que isso não seja por acaso. Enquanto estamos lutando com Ele para entender os porquês da vida, estamos no lugar em que Ele quer que estejamos. Na presença dEle. Olhando para Ele. Esperneando, sim, mas perto dEle. Aí um dia as perguntas mudam e podemos perder a paciência porque Ele insiste em não vir aqui e responder em bom português, mas se insistimos em questionar Seu silêncio ou se o aceitamos e O louvamos, estamos salvos. É que pessoas que entendem tudo, que têm todas as respostas, que sabem o fim desde o começo, como Ele, não precisam confiar.
E é a confiança que nos salva. "Voltando e descansando sereis salvos, na calma e na confiança estará sua força" Isaías 30:15.
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