sexta-feira, 7 de março de 2014

O mito do pé na jaca

Existem algumas verdades absolutas que, se você olha bem de perto, desmoronam. Uma delas está na origem do Carnaval.
A mentalidade mais ou menos universal é de que todos precisam extravasar, largar a razão, as máscaras sociais de lado, nem que seja vestindo outras mais divertidas por cima. O carnaval é a festa da carne, nascida na tradição católica como uma válvula de escape necessária para todo bom cristão que, passado ele, entraria num período de abstinência e contrição logo em seguida, e que dura até a Páscoa. Assim, enfiemos o pé na jaca antes de nos mortificarmos por 40 dias...
Você talvez nem goste de Carnaval e não aproveite a data para apagar os limites morais que finge respeitar ao longo do ano, mas pode adotar essa política "pé na jaca" em muitas outras esferas. Pode de quando em vez exagerar na comida. Pode de quando em vez exagerar na bebida. Pode de quando em vez exagerar no que vê na Internet ou na TV. Tudo em nome da válvula de escape necessária porque ninguém é de ferro.
Para essa mentalidade Deus diz simplesmente: é possível amar o que é puro, verdadeiro, honesto, justo, puro e amável (Filipenses 4:8). Você não precisa se ocupar dessas coisas como uma obrigação, ao contrário, você pode ter prazer nelas. Elas não vão oprimi-lo a ponto de você precisar de quando em vez fugir delas para se sentir vivo. Para mim e para você Deus diz: você pode ser alto tão mais alto! Você pode ser tão melhor do que essa criatura esquálida que precisa enfiar o pé na jaca de quando em vez...!
Alguns versos antes Paulo afirma que Deus é quem opera em nós o querer e o efetuar. Se nós não queremos, é porque não estamos deixando Deus operar. Nos deixamos seduzir pelo fugaz prazer da sensação do pé dentro dos gomos da jaca... Sensação que invariavelmente passa. E nos deixa menores do que éramos antes.

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