Um bom advogado, ao
redigir um contrato, é aquele que consegue prever toda e qualquer possível
situação e antecipa exatamente o que deve acontecer quando e se ocorrer.
Recentemente o professor de Direito norteamericano Alan Siegel propôs que
nenhum contrato deveria ter mais do que uma única folha. Aquele monte de
cláusulas e antecipações de situações seriam inúteis se simplesmente as partes
agissem de boa fé uma para com a outra. Bem, a ideia ainda não ganhou muitos
adeptos. Mesmo porque, um bom advogado quer sempre mostrar que é bom.
E aquele monte de
cláusulas é frequentemente uma forma de fugir às obrigações. Eu faço isso, você
faz aquilo, MAS, se acontecer isso, isso e isso eu não preciso fazer o que me
obriguei ou você precisa fazer além daquilo, aquilo outro também. Um bom advogado
também tenta enfiar um monte de cláusulas assim em benefício de seu cliente e
limar as cláusulas assim em benefício da outra parte.
Em nossa relação com
Deus também temos uma porção de cláusulas que nos desobrigam de nossa parte na
aliança (contrato) que fizemos com Ele, e que consiste basicamente em amar a
Deus sobre tudo (inclusive observando Sua lei) e ao próximo como a nós mesmos.
SE eu estiver sem dinheiro ou tempo, me permito negligenciar minha relação com
Ele. SE estiver em uma fase mais conturbada ou SE isso prejudicar minha
ascensão na carreira, me permito negligenciar a guarda do sábado. Existe a
cláusula "ninguém é de ferro", a cláusula "ninguém é
perfeito", a cláusula "Deus entende", a cláusula "mais
tarde eu cuido desse aspecto", a cláusula "é só uma fase" e a
minha preferida: a cláusula "todo mundo está fazendo", com sua irmã,
a cláusula "eu já estou bem melhor do que a maioria das pessoas".
Mas Jesus Cristo
disse que o reino de Deus chegou. E, se o reino de Deus chegou, é que o reino
anterior, aquele no qual Satanás, com todas as suas zonas cinzentas, senões e
SEs, foi derrotado. Essa era a boa notícia. Esse era o evangelho. O reino de
Deus chegou. Podemos e devemos viver dentro dele. E nele Deus vence. Nele Deus
ganha, e reproduz em nós aquela imagem e semelhança perdida, e nos faz
poderosos para não inventar cláusulas que absolutamente não existem no
contrato. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por
meio daquele que nos amou (Romanos 8:37). Tudo posso naquele
que me fortalece (Efésios 4:13). O vencedor de nenhum modo
sofrerá dano da segunda morte (Apocalipse 2:11).
O contrato de Jesus
Cristo tem uma só página. Acrescentar qualquer cláusula aí é escolher a
derrota.
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