sexta-feira, 14 de março de 2014

Ele reina

Um bom advogado, ao redigir um contrato, é aquele que consegue prever toda e qualquer possível situação e antecipa exatamente o que deve acontecer quando e se ocorrer. Recentemente o professor de Direito norteamericano Alan Siegel propôs que nenhum contrato deveria ter mais do que uma única folha. Aquele monte de cláusulas e antecipações de situações seriam inúteis se simplesmente as partes agissem de boa fé uma para com a outra. Bem, a ideia ainda não ganhou muitos adeptos. Mesmo porque, um bom advogado quer sempre mostrar que é bom.

E aquele monte de cláusulas é frequentemente uma forma de fugir às obrigações. Eu faço isso, você faz aquilo, MAS, se acontecer isso, isso e isso eu não preciso fazer o que me obriguei ou você precisa fazer além daquilo, aquilo outro também. Um bom advogado também tenta enfiar um monte de cláusulas assim em benefício de seu cliente e limar as cláusulas assim em benefício da outra parte.

Em nossa relação com Deus também temos uma porção de cláusulas que nos desobrigam de nossa parte na aliança (contrato) que fizemos com Ele, e que consiste basicamente em amar a Deus sobre tudo (inclusive observando Sua lei) e ao próximo como a nós mesmos. SE eu estiver sem dinheiro ou tempo, me permito negligenciar minha relação com Ele. SE estiver em uma fase mais conturbada ou SE isso prejudicar minha ascensão na carreira, me permito negligenciar a guarda do sábado. Existe a cláusula "ninguém é de ferro", a cláusula "ninguém é perfeito", a cláusula "Deus entende", a cláusula "mais tarde eu cuido desse aspecto", a cláusula "é só uma fase" e a minha preferida: a cláusula "todo mundo está fazendo", com sua irmã, a cláusula "eu já estou bem melhor do que a maioria das pessoas".

Mas Jesus Cristo disse que o reino de Deus chegou. E, se o reino de Deus chegou, é que o reino anterior, aquele no qual Satanás, com todas as suas zonas cinzentas, senões e SEs, foi derrotado. Essa era a boa notícia. Esse era o evangelho. O reino de Deus chegou. Podemos e devemos viver dentro dele. E nele Deus vence. Nele Deus ganha, e reproduz em nós aquela imagem e semelhança perdida, e nos faz poderosos para não inventar cláusulas que absolutamente não existem no contrato. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou (Romanos 8:37). Tudo posso naquele que me fortalece (Efésios 4:13). O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte (Apocalipse 2:11). 


O contrato de Jesus Cristo tem uma só página. Acrescentar qualquer cláusula aí é escolher a derrota.

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