sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Imitação barata

O que você ganha mergulhando no reino de Deus? O que acontece já agora se você o faz, e não apenas em termos de Céu e eternidade - aquela coisa que a gente estupidamente acha que está muito longe? Eu abro minha Bíblia e leio. Vejo o que houve na vida de outros, que deram esse salto. Vejo o que aconteceu na chamada igreja primitiva: todos comiam juntos, vendiam as suas propriedades e repartiam o fruto da venda entre todos, para que ninguém tivesse necessidades, e viviam todos como irmãos e irmãs. Vejo o que aconteceu com Paulo, que tinha paz em meio às maiores provações. Noto que o padrão moral dessas pessoas elevou-se enormemente.

Vamos ficar só com esses três pontos, por questão de espaço: vida em comunidade de amor, paz na tempestade, moral elevada. Sem dúvida alguma são consequências diretas da entrega a Cristo, a primeira e a última delas em circunscrição coletiva e a outra individual.

Bem, embora todos nós possamos resistir à ideia de dividir o que temos com quem quer que seja, no fundo o grande anseio do ser humano é por integrar uma comunidade amorosa, sem desigualdades, em que as nossas necessidades são notadas e mitigadas pelos outros. Somos seres gregários, animais sociais, e nossas maiores dores e traumas advém da solidão ou de desajustes sociais. Quanto à paz e ao padrão moral, acho que não preciso argumentar muito para que você os reconheça como boas coisas.

Bem, mas o ser humano não quer simplesmente entrar no reino de Deus. O tipo de paz, o tipo de comunidade e o tipo de moral que ganhamos com Ele parecem intuitivamente desagradáveis ao homem natural, regido por sua natureza caída. Mas continuamos ansiando por uma comunidade, por paz e por algum tipo de moral.

Engraçadas, senão ridículas, as nossas tentativas de alcançar essas coisas por outras vias quaisquer. O comunismo foi uma tentativa frustrada de reproduzir a comunidade igualitária da igreja primitiva. Como bem observou Orwell na Revolução dos Bichos, o líder da comunidade não consegue resistir a, na prática, fazer com que alguns animais sejam mais iguais que os outros. O resultado é tirania, supressão da liberdade, culto à personalidade do líder, invenção de inimigos para manutenção da obediência pelo medo e, claro, degredos e morticínio.

As drogas, a comida, o sexo e o dinheiro são tentativas de substitutos à paz. E, para completar o quadro, a ética é uma risível tentativa da reprodução da moral sem a necessidade do reconhecimento da existência de um Deus, um valor absoluto de onde decorre o padrão de comportamento a ser perseguido.

Estamos o tempo todo tentando imitar a Deus, tentando reproduzir de alguma forma as coisas que só achamos nEle. Mas estamos no século XXI, com uma História de 60 séculos para trás a nos ensinar de modo que não podemos mais nos enganar: cada tentativa dessas é fracassada. O comunismo fracassou, os arremedos de paz são fugazes, a ética deságua nisso que estamos acompanhando na campanha eleitoral.

“Eu sou o Caminho” (João 14:6), diz Jesus Cristo e aí não há espaço para nenhum caminho alternativo. “Esse é o caminho, andai por Ele” (Isaías 30:21).

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