
Quando Jesus foi batizado, Lucas e João revelam que Ele ficou ali na água, orando, quando o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma de pomba. Lucas acrescenta um detalhe incrível: ouviu-se uma voz do céu (como será a voz audível de Deus?) dizendo: "este é meu filho amado em quem me comprazo" (Lucas 3:22). A Bíblia Viva verte essa frase para "Você é o meu Filho muito amado; em você está o meu prazer", mas poderia ser também: "este é o Filho que me enche de alegria".
É fácil entender porque ali, logo no começo do ministério de Jesus, Deus decidiu dar uma prova sobrenatural, uma reedição daquela estrela brilhando sobre a estrebaria de Belém, para todos os circunstantes saberem que estava ali o Filho de Deus. Mas por que acrescentar que Ele O enchia de alegria? Porque dizer aquilo com essa conotação de "esse é o meu garoto!"?
Eu também me encheria de orgulho de um Filho que vive para os outros, que realiza milagres, que prega para as multidões e que muda o curso da História de todo um planeta. Mas o detalhe é: Jesus ainda não havia feito nada disso. A afirmação divina parece deslocada no tempo, encaixaria melhor na cruz. Jesus não havia derramado o copo de leite nem nada, mas o fato é que, antes de ser a Pessoa que o mundo todo admirava e ou seguia ou odiava, Deus já estava cheio de alegria com Ele, decerto porque conhecia a pessoa em Quem Ele estava se tornando e estava prestes a revelar.
Se eu passo tempo com meus meninos, se eu realmente vivo com eles, então eu os conheço. Então eu posso pressentir que tipo de homens eles serão. E é por isso que, seguindo o modelo mostrado pelo Pai Eterno, eu posso trocar suas camisetas sujas dizendo: este é o meu garoto, que me enche de alegria! (e, claro, acrescento na sequência: "tome mais cuidado com o leite!")