Agora pense nos encontros que
Jesus teve e que marcaram a vida das pessoas com quem se encontrou. Zaqueu.
Nicodemos. A samaritana. Maria. O cego Bartimeu. Os dez leprosos. O paralítico
de Betesda. O jovem rico. Acrescente à lista quem mais você lembrar e depois
responda: quantos desses encontros ocorreram na sinagoga?
E a contestação que daí
decorre continua quando pensamos nos esforços de Paulo para pregar o evangelho.
Esta semana topei mais uma vez com este parágrafo de John Stott: "Quando
contrastamos muito do evangelismo contemporâneo com o de Paulo, a
superficialidade atual vem imediatamente à tona. Nosso evangelismo tem a
tendência de ser muito eclesiástico (convidar pessoas para ir à igreja), ao
passo que Paulo também levava o evangelho ao mundo secular. Somos muito
emocionais (apelos para uma decisão sem um fundamento adequado para a
compreensão), ao passo que ele ensinava, arrazoava e tentava persuadir; e
somos também muito superficiais (fazendo breves encontros e esperando resultados
rápidos), ao passo que ele ficou em Corinto e Éfeso por cinco anos plantando
fielmente a semente do evangelho e fazendo a colheita no tempo devido.” (Cristianismo
Autêntico).
E o que mais me interessa
hoje aqui é o primeiro ponto: queremos levar pessoas à igreja para que elas se
encontrem com Jesus, mas Ele próprio não privilegiava esse local como ponto de
encontro com ninguém.
Para além da dimensão
individual que deveria ser impactada por essa constatação (“vou pedir que Deus
me ajude a levar Cristo comigo por onde for, a começar pelo meu ambiente de
trabalho, minha escola e minha vizinhança”), gostaria de apontar a dois exemplos
atuais de iniciativas coletivas de levar Cristo para as esquinas onde as
pessoas passam, dois exemplos curiosamente da mesma comunidade, a igreja
adventista de Vila Olímpia.
Os jovens dessa igreja
decidiram distribuir garrafas de água nos sábados à noite no bairro em que a
igreja está e que é famoso por suas muitas casas noturnas. “Vai pra balada? Não
esqueça de tomar muita água!” Simples assim. E, quando perguntados quem eles
são, a resposta costuma ser: “pessoas preocupadas com o seu bem estar”.
Cristãos dispostos a apontar o dedo e julgar já há bastante, gente disposta a
oferecer água é que estava faltando.
Outra iniciativa deles:
imagine quinze a vinte pessoas empunhando cartazes com os dizeres “quer
desabafar?” em plena Avenida Paulista no final de uma sexta-feira. Ao final de
suas duas a três horas oferecendo a oportunidade para qualquer um vir e
desabafar, cada um desses jovens terá ouvido entre quinze e vinte pessoas.
Ambas as iniciativas têm
atraído pessoas, gente querendo se juntar a eles, mas o propósito não é o de
aumentar o número de membros da igreja. Afinal de contas, Jesus não curava
ninguém com o propósito de aumentar o número de seus discípulos.
Algumas poucas pessoas têm
encontrado Jesus Cristo nas esquinas de São Paulo e Ele não está pregando aos
berros; está se importando com elas. As outras milhões de pessoas continuam
esperando por mim e por você.
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