sexta-feira, 5 de julho de 2013

Agora é pessoal

A Bíblia registra pelo menos dois grandes discursos de Jesus. Um deles é dirigido aos discípulos e é conhecido como "sermão profético" (Mateus 24-25), o outro é dirigido a uma grande multidão e é conhecido como "sermão do monte" (Mateus 5-7). Se estamos preocupados em entender o método dEle para alcançar pessoas, decerto não podemos descartar o esquema "eu falo-eles escutam". Temos que admitir, contudo, que entre esses dois momentos há dezenas de outros encontros em que Jesus se dirige a uma única pessoa ou a um pequeno grupo de pessoas e interage, dialoga, vive junto com eles. O modelo "sermão" é a exceção, não a regra. Não é curioso que tenhamos feito da exceção a regra?

Já que citamos o sermão profético, é de se notar que um de seus textos chave aponta para o método evangelístico mais eficaz: "e este evangelho do reino será pregado a toda nação, tribo, língua e povo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim" (Mateus 24:14). Não admira que a dinâmica tradicional "convidem pessoas para vir a igreja e aqui elas vão se encontrar com Jesus" esteja perto da falência. O evangelho deve ser pregado em testemunho, com comprovações práticas de sua eficácia, com demonstrações
inequívocas do impacto profundo que ele causa no peito de qualquer pecador. O sermão, o texto pela Internet, o livro deixado embaixo da porta do apartamento e o programa no rádio e na TV, tudo isso pode até convencer, mas uma vida compartilhada converte. E pessoas precisam ser convertidas, não apenas convencidas. Todo esse esforço para fazer "programas" na igreja que convertam as pessoas não tem como produzir o fruto que só o testemunho tem poder para produzir, por mais pirotécnicos, por mais tecnicamente excelentes que sejam os programas.

É preciso que a igreja comece a intencionalmente testemunhar no um a um e nos pequenos grupos de pessoas. Isso é desconfortável porque traz a responsabilidade de evangelizar a todo mundo, não só à classe dos "dotados" a isso, o pastor e os caras que conseguem pregar e passar lições bacanas. A comissão de ir e fazer discípulos (algo que é feito de forma pessoal, e não através de sermões), é para todos. Não dá para colocar sua vida em ponto morto uma vez que você tenha atendido ao chamado de Cristo, esse chamado é para segui-lo e depois para ir. Quem não dá o segundo o passo morre. Fica morno. Fica fora do reino. E o mais triste é que as pessoas que esse aí alcançaria ficam fora do reino também.

Você precisa ir e fazer discípulos. Talvez antes você precise encontrar alguém de quem ser discípulo, alguém que já é um discípulo de Cristo e que vai ajudá-lo nessa caminhada. Mas não se acanhe. "O reino de Deus está perto" (Marcos 1:15) e lá é muito mais quentinho e agradável do que aqui fora!

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