sexta-feira, 7 de junho de 2013

Que medo que dá

Você está ouvindo? Você tem visto o tipo de mundo em que está se tornando este no qual vivemos? 

Os exemplos borbulham. Um rapaz de 19 anos foi assassinado por um ladrão menor de idade, outro menor incendiou uma dentista que não tinha a quantia que ele entendia merecer, o que parece ter inspirado ladrões de consultórios de outra cidade a fazerem o mesmo com outro dentista, um surto psicótico fomentado por barulhos vindos do apartamento de cima leva um homem de bem a assassinar um casal e em seguida tirar a própria vida. As câmeras registram um assassinato em plena rua no que já é conhecido como o crime da "saidinha de banco". Uma adolescente sufoca a própria mãe até a morte e depois ateia fogo ao corpo para conseguir ter mais liberdade no namoro e para faturar o seguro de vida de R$ 15.000,00. Sim, quinze mil. Uma mãe é suspeita de mandar assassinar o filho, de 11 anos.

Eu, que sou pai de três, tenho ainda o agravamento do quadro geral pelo fato de testemunhar esse exército de adolescentes grávidas, de meninos e meninas maculados pela sexualização precoce, tatuados para o resto de suas vidas com o desvirtuamento de que no plano original fora criado belo e para ser uma benção. Eu, que sou pai de três, temo pelos valores do mundo que eles vão herdar e do tipo de pessoas que esse mundo vai tentar forçá-los a ser.

Minha esposa hoje levantou da cama com medo. Foi trabalhar com medo. Vai respirar medo esse dia inteiro e possivelmente os próximos também, sabe-se lá até quando. Eu assisti a um assalto há dois dias e tenho medo quando estou dentro do meu carro. Em frente à minha casa há homens estranhos trabalhando em uma construção e isso dá medo. O medo, juntamente com a solidão, é o sentimento mais universal que existe, e parece haver-se instalado em definitivo no meio da nossa cozinha. Parece haver dado as caras para passar uma longa temporada. Eu nunca gostei de filmes de terror e nem entendi como pode haver gente que goste, porque não vejo qualquer atrativo no medo. Não vejo qualquer aspecto bom nele.

Decerto por ouvir as conversas de minha esposa ao telefone ontem e por algo que tenha visto na TV, meu filho do meio não conseguia dormir ontem à noite. Disse que não parava de pensar em coisas ruins. Palhaços, por exemplo (ele tem um pavor fóbico de palhaços). Na primeira vez que fui até sua cama, ele em prantos, peguei em suas mãos e fizemos juntos uma oração. Não foi suficiente, ele voltou a chamar. Nova oração. Na terceira vez, peguei uma Bíblia ilustrada e li histórias sobre Elias e Eliseu. Ao final de cada uma, perguntei: "Davi, você sabe o que isso significa? Significa que nosso Deus é muito poderoso. Nenhum bicho, que esteja fora ou dentro de sua cabeça, pode com Ele..." 

O Davi enfim dormiu e ao raiar de um dia novo, vendo minha família sair cedo, é hora de eu aprender a lição que tentei fazer com que ele aprendesse também. "Não temas". Esta é a frase mais repetida de toda a Bíblia. Aparece mais de 300 vezes. Não tenha medo. E é repetida tantas vezes por uma razão simples: vivemos em um ambiente amedrontador. Dizem que o medo que fomenta cautela é saudável e que o medo que paralisa não é, mas a Bíblia não faz distinção. Ela simplesmente admite que o medo vai aparecer, mas que, quando isso acontecer, é hora de exercitar aquilo que nos salva (não do perigo, mas da morte eterna): confiança em Deus. Em Sua Palavra Deus diz: sim, eu sei que está escuro. Sim, eu sei que esses ruídos são amedrontadores. Sim, eu sei tudo isso. Mas não tenha medo porque estou contigo. A escuridão vai perdurar por algum tempo, ainda, os barulhos estranhos também, mas não tenha medo. Não tenha medo. Não deixe de viver porque Eu morri para que você viva e viva com abundância.

Porque este mundo (em que vizinhos matam vizinhos e pessoas são queimadas vivas), é o nosso mundo. Mas só por mais um pouco de tempo.

Um comentário:

Erisson disse...

O MEDO É UM ELEMENTO TRAZIDO A NÓS PELO INIMIGO DE DEUS.
Quando somos tentados a ter medo temos que pedir ao Senhor que nos livre desse sentimento de temor, da mesma maneira que os cristãos devem submeter ao Senhor outros sentimentos como a mágoa, a raiva ou a amargura.
Depois de entregar nossos medos ao Senhor, devemos procurar uma oportunidade futura ou uma lembrança de experiência passada onde possamos confrontar essas mentiras de satanás e provar que eram falsas.
Devemos aprender esse conceito e, com muita vontade desejar ser libertados desses sentimentos errôneos.
E depois disso, precisamos exercer esses princípios em nossa vida.
(Fuga para Deus pg. 172, Jim Hohnberger)