sexta-feira, 14 de junho de 2013

O que você quer?

Como narrei aqui, passei uma longa temporada desempregado há pouco tempo, durante a qual utilizei os serviços de uma consultoria de recolocação. Uma das primeiras perguntas que ouvi ali e que se repetiu dezenas de vezes durante todo o processo foi: "o que você quer?" "O que você quer fazer agora?" É uma pergunta lógica, porque, dependendo da resposta, os exercícios que você deve fazer vão em uma ou em outra direção. Minha primeira reação foi responder que eu queria mais do mesmo, algo parecido com o que eu tinha antes, mas depois da nonagésima vez que fui perguntado, notei que eu queria mesmo era uma coisa bem diferente e então eu estava preparado para correr atrás dela. Alguns profissionais estão se conscientizando da necessidade de contratar um "coach", alguém que lhes ajude a responder essa pergunta e a organizar seus sentimentos com relação à vida profissional.

Talvez você não tenha um coach, então decidi hoje dar a oportunidade de você se questionar sobre o que quer mesmo. Talvez seja só a primeira vez que lhe perguntam o que você quer e aí sua reação seja dar uma risadinha e dizer, "eu sei exatamente o que eu quero", e aí a pergunta precisaria ser repetida muitas vezes e em contextos diferentes para sabermos se essa resposta subsistiria. Isso não posso fazer, mas posso tentar dar o piparote inicial nesse processo. Em relação ao seu Criador, especificamente, o que você quer?

Para ajudar, quero reproduzir os insights que o pastor americano Craig Groeschel me deu em uma palestra há algumas semanas. Segundo ele, definir o que você quer implica em alimentar uma certa natureza de pensamentos e em identificar um inimigo. Poderíamos separar os nossos desejos em três faixas básicas. A primeira seria "fazer um nome". Você quer ser reconhecido, quer ser respeitado. É o que médicos, advogados, vendedores, administradores de empresas, escritores, arquitetos e tantos outros profissionais geralmente querem. Quem quer fazer um nome precisa alimentar pensamentos que o assegurem do fato "eu sou bom". Ninguém faz um nome sem pensar que é bom no que faz. E, quando o que se quer é fazer um nome, o inimigo é todo mundo. Todos os concorrentes. Todo mundo que pode, com seu brilho, empanar o seu. 

A segunda faixa de desejos, talvez já um pouco mais nobre é "eu quero fazer uma diferença". A pessoa que quer fazer a diferença geralmente inicia ou toma parte em um movimento. Pode ser um partido político, uma ONG ou uma igreja, não importa, mas para sentir que está fazendo a diferença essa pessoa precisa alimentar pensamentos que lhe assegurem de que "nós somos somos bons". Meu partido é bom. Minha ONG é boa. Minha igreja é boa. E, para sentir que a sua diferença é realmente impactante, o inimigo são os outros. Os outros partidos, ONGs ou igrejas. Afinal, você é que tem que estar fazendo a diferença; muita gente fazendo a diferença ao mesmo tempo acaba se anulando...

Mas você pode querer fazer parte da História. Se você quer fazer parte da História, você pensa "Deus é bom" e seu inimigo é o mesmo dEle, Satanás, ninguém mais. Seu cônjuge não é o inimigo. Seu vizinho, seu chefe e o maluco que o fecha no trânsito também não são o inimigo. Porque Deus é bom você quer estar a serviço dEle para que o nome dEle seja exaltado em tudo.

O que você quer de verdade faz toda a diferença. No tipo de pensamentos que você alimenta ou deveria alimentar para alcançar e na forma como você se relaciona com o mundo.

Por isso aproveite hoje. Desligue o mundo e responda com honestidade: o que você quer?

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