sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Para que se lembrem de mim

“Há algo no olhar do homem que pertence à essência das coisas que não perecem”, disse com a costumeira maestria Cyro dos Anjos. Há uma angústia pela morte, um pavor do esquecimento. O mundo hoje chora a morte de Steve Jobs, o emblemático líder da Apple, empresa que, em um cenário de extrema competitividade, conseguiu causar uma impactante e - tudo indica - duradoura transformação no mundo.
Embora prematura, sua morte tem um quê de pacífica. Afinal de contas, Jobs deixou um legado. Seu nome não será esquecido. Tão cedo, pelo menos.

Porque ser esquecido é um dos maiores medos do ser humano. O pensamento de que sua vida pode ter sido completamente inútil, completamente descartável é uma tortura que fustiga toda vez que somos defrontados com a inescapável fragilidade da vida. No amargo final de "Memórias Póstumas de Brás Cubas", Machado de Assis explora esse sentimento colocando na boca de seu protagonista este lamento: “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de minha miséria”. No Oriente Antigo, a pior desgraça para alguém era morrer sem passar adiante seu nome. "Lembra-te de mim", foi o clamor do ladrão na cruz para Jesus.

A Bíblia nos garante que não precisamos ser Steve Jobs para deixar um legado, para termos nosso nome lembrado não por uma geração ou duas, mas pela eternidade afora. Há apenas um prérrequisito: "E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam" (Apocalipse 14:13). O prérrequisito é morrer "no Senhor". É, antes de chegar esse dia, que chega para 100% de nós, os vivos, desenvolver um relacionamento de amizade e confiança com Deus, aguardando Sua volta com fidelidade.

Se você tiver essa experiência, é um bem aventurado, todas as suas obras o acompanharão, você não será esquecido pela eternidade afora. Não precisa se preocupar com o esquecimento. Seu nome estará gravado nas mãos de quem é eterno.

Feliz sábado, @migos!
Marco Aurelio Brasil

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