sexta-feira, 17 de junho de 2011

A oitava disciplina: serviço

E aí Jesus aparece com essa história de que os primeiros serão os últimos, de que se alguém nos força a andar uma milha devemos andar duas, de que quem quiser ser honrado seja quem mais serve os demais. E ilustra o ponto tirando seu manto, colocando uma toalha no ombro e se ajoelhando para lavar os pés dos atônitos discípulos. Eles deveriam estar acostumados com o fato de seu Mestre subverter as ideias preconcebidas e bem aceitas na sociedade sobre um monte de coisas, mas esse ponto realmente os pegou de surpresa.

A sétima disciplina falava sobre submissão e eu não dei muitas dicas práticas de como exercitar essa difícil disciplina. Bem, uma forma de alcançar submissão é praticar a disciplina do serviço. E não é só submissão que se ganha fazendo isso. Você sabe, por exemplo, que uma das virtudes centrais da ética cristã é a humildade, mas como se consegue humildade? Não dá para você se esforçar para ser humilde. A humildade é algo que, se você acha que tem, não tem. Então devemos cruzar os braços e esperar que um dia a humildade caia dos céus sobre nós? Não, devemos servir. O caminho para a humildade passa pelo serviço. E o serviço tem outros efeitos colaterais positivos. Foster escreve que “nada disciplina os desordenados desejos de nossa carne como o serviço, e nada transforma os desejos da carne como o serviço anônimo”; por outras palavras, o serviço é a cura para o pior dos nossos males: o egoísmo.

Importante salientar que o cristão não serve o outro para alcançar o que quer que seja. O serviço é um fim em si mesmo. Você não serve para melhorar sua ficha no Céu, ou para alcançar humildade ou o que quer que seja. Você serve porque o outro precisa de você. O serviço é o alvo. Você serve porque conheceu a Cristo, se apaixonou por Ele, entendeu as leis maiores que governam o Universo que Ele criou e tem prazer em estar em harmonia com elas. Para Deus, viver é sinônimo de ser útil ao outro, viver é servir e as maiores alegrias da vida estão associadas a oportunidades de serviço bem aproveitadas.

Mas disciplinas são coisas que nós fazemos e já vimos que o serviço que vale não pode ser coagido ou forçado. Então o que fazer? Bem, para servir precisamos orar pedindo a Deus que nos dê uma visão capaz de encontrar as oportunidades de serviço e nos dê o desejo de aproveitá-las. Foster exemplifica: há o serviço das pequenas coisas, como dar uma carona, ajudar a limpar uma caixa de água, etc; há o serviço de guardar a reputação de outros, evitando falar mal e desestimulando que outros o façam; há o serviço de permitir-se ser servido, abrindo ao outro a oportunidade de ser útil também; há o serviço da simples cortesia e o serviço da hospitalidade; há o serviço de ouvir alguém que precisa falar e o serviço de introduzir no coração de alguém a semente do evangelho.

Nosso trabalho é orar para que Deus nos faça atentos às oportunidades que temos hoje de servir e que nos ilumine no serviço.

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