sexta-feira, 3 de outubro de 2014

A urna e eu

Se eu pudesse fazer um gráfico do meu interesse nessa campanha eleitoral, numa escala de 1 a 10 ele sairia de algum número negativo há 3 meses para algo como 6 há dois meses e então a curva cairia para algo como 2 hoje. Fico observando a timeline do Facebook e cismando como algumas pessoas que não são ligadas diretamente a algum grupo político demonstram tanta convicção de que há algum candidato realmente muito melhor que o outro, embora concorde com muitos que há um evidentemente pior.

Quando olhamos os problemas de nosso país e somos suficientemente honestos (intelectualmente, ao menos, vá lá) para reconhecer que o sistema político não admite mudanças radicais para melhor, que a corrupção é endêmica e está em todas as classes,  não apenas na política, que o ideal da nação é ganhar muito trabalhando pouco e tantos outros indiciadores amargos, a tendência natural é a apatia e aquele típico desinteresse que nasce da desilusão (algo que só afeta quem um dia foi iludido). Como cristão, a tendência adicional é dar de ombros e dizer que esse mundo não tem jeito mesmo, que devemos esperar pelo Reino eterno para que as coisas se ajustem, o que acarreta alienação total da política deste mundo aqui.

Esse cristianismo essencialmente místico e futurista tem um problema sério: ele não casa com a Bíblia e suas constantes advertências contra juízes parciais, contra religiosos indiferentes ao sofrimento dos desfavorecidos e contra a opressão e o abuso do poder e da autoridade. São afirmações políticas em sua essência. 

Notamos isso com mais destaque quando consideramos que se todos os cristãos fossem indiferentes à política ainda teríamos escravos e embora bandeiras como a dos direitos das mulheres e das liberdades individuais tenham sido defendidas também com ênfases humanistas e ateístas (e antagonizadas em um contexto cristão), o evangelho de Cristo as impulsionou barbaramente.

É por isso e tanto mais que, às vésperas de mais uma eleição, me estapeio pra ver se acordo desse marasmo e tomo parte nos destinos imediatos de minha nação e estado. Quem disse que refletir no que seria menos pior é um esforço inútil?

Bom seria se esse estado de atenção com a política deste mundo tivesse alguma ação não apenas no tempo da eleição, mas eu chego lá.

Bem, como tantas vezes, escrevi tudo isso mais para mim do que para qualquer outra pessoa. Desculpem a chateação.

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