sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Desproclamando a República

Hoje comemoramos o dia em que gritamos que não queríamos mais ter um rei. A ideia de monarquia começava a ficar fora de moda. Tenho lá minhas dúvidas se ganhamos muita coisa trocando a família real pelo que veio na sequência.

Mas houve um tempo em que ter um rei era algo super moderno e a teocracia de Israel quis estar antenado com os novos tempos. Exigiram um rei. Atendendo à dica de Bruce Cameron, fui a Deuteronômio 17 ler uma curiosa profecia de Moisés. No fim de sua vida, o velho líder previu que chegaria o dia em que o povo de Israel desejaria ter um rei. Veja que dicas interessantes ele deu:

"Quando vocês entrarem na terra que o Senhor, o seu Deus, lhes dá, tiverem conquistado aquele território, viverem nele e disserem: 'Bem que poderíamos ter um rei que nos governe, como as outras nações ao redor de nós', tenham o cuidado de proclamar rei aquele que o Senhor, o seu Deus, escolher. Esse rei terá que vir dos seus próprios irmãos israelitas... Aquele que for coroado rei não poderá adquirir para si um grande número de cavalos... Também não deverá ter muitas mulheres, para que seu coração não se desvie do Senhor. Além disso, não deverá acumular muita prata e ouro. Quando for coroado e se assentar no trono como rei, terá que fazer uma cópia desta lei, do livro guardado pelos levitas. Essa cópia da lei estará sempre junto dele. O rei precisará ler esse livro todos os dias da sua vida para aprender a respeitar o Senhor, o seu Deus, e a obedecer a todas as
palavras desta lei e todos os seus mandamentos. Isso impedirá que o rei ache que é superior aos demais irmãos israelitas. Também impedirá que ele se desvie da lei... Assim garantirá um reinado longo e feliz sobre Israelm bem como para os seus descendentes" (17:14-20).

Não dá para deixar de pensar em Salomão, lendo isso. Acumular cavalos, mulheres, prata e ouro e sentir-se superior aos demais foi tudo o que ele fez.

Interessante notar que um rei obrigado a fazer qualquer coisa (como fazer uma cópia à mão do pentateuco!) e que não se ponha numa situação de superioridade divina sobre seus súditos é uma ideia extremamente moderna, inaugurada pela noção de estado de Direito que só veio a lume com os escritos de Montesquieu e, um pouco mais tarde, com a obra do alemão Robert von Mohl, no século XIX. Moisés estava quase três milênios à frente de seu tempo, já que inspirado por Deus.

Hoje comemoramos o dia em que gritamos que não queríamos mais um rei, trocando uma servidão por outra. Nossos representantes, eleitos democraticamente ou não, raramente nos representam de fato e a lei à qual deveriam estar sujeitos raramente adere a eles. Raramente? "Nunca" seria mais adequado. Estamos prestes a ver isso acontecer pela primeira vez com o julgamento do mensalão.

Mas temos uma chance de ouro. Podemos coroar Jesus Cristo nosso rei. Ele está sujeito à lei. E está sujeito porque quando quis subvertê-la, fazendo com que o condenado de morte não morresse, Ele o fez pagando o preço no lugar dele. Ele morreu no lugar do condenado (eu!) para que a lei fosse observada e o condenado (eu!) continuasse vivo.

No dia em que gritamos que não queríamos um rei podemos comemorar o dia em que escolhemos direito. O dia em que escolhemos o rei cujo fardo é leve, que está disposto a nos ensinar a mansidão e a nos aliviar quando

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