sexta-feira, 12 de abril de 2013

Um brinde à diferença

Em seu livro "Educando meninos" (leitura imprescindível para quem, como eu, tem três dessas criaturas maravilhosas para educar), James Dobson narra a guinada ideológica que o movimento feminista imprimiu à forma como as famílias tradicionalmente criavam seus filhos. Livros como "Free to be you and me", de Marlo Thomas, e "The female Eunuch", de Germaine Greer, e a forma como a mídia encampou as novas ideias, tentaram abolir para sempre as diferenças entre os sexos. Essa diferença seria um produto cultural, e não biológico, com o propósito de rebaixar as mulheres, de modo que o correto seria que os pais criassem seus filhos meninos como se fossem meninas. Lojas de brinquedos começaram a ser processadas por dividir suas gôndolas entre "brinquedos para meninos" e "brinquedos para meninas". Curiosamente, todos os expoentes desse movimento eram mulheres solteiras, sem filhos.

Embora no final da década de 80, com o advento de tecnologias como a ressonância magnética, a ciência tenha descoberto que o cérebro de homens e de mulheres funciona de forma radicalmente diferente, em que os mesmos estímulos ativam áreas distintas do córtex cerebral, a falácia da diferença entre os sexos como sendo uma imposição social continua muito popular, mais popular do que nunca, aliás, a ponto de muitas famílias criarem seus filhos de forma mais assexuada possível, para que essas crianças oportunamente possam "descobrir seu caminho".
Como cristãos, contudo, temos uma visão diferente. Entendemos que "criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou" (Gênesis 1:27). Este verso foi posteriormente citado (e, portanto, confirmado) pelo próprio Jesus (Marcos 10:6). Em Sua sabedoria, Deus nos fez propositalmente diferentes.Logo, o problema não pode estar na diferença em si, mas no que fazemos com ela. A diferença, per si, é uma grande benção. 

A diferença implica em que, juntos, homem e mulher sejam muito mais eficazes, porque o raciocínio e a sensibilidade masculinas serão úteis em algumas situações e as femininas em outras. A diferença implica em que homens e mulheres tenham necessidades emocionais diversas, o que, para um convívio harmônico, nos força a um exercício de alteridade, de se colocar na pele do outro e de algumas vezes abrir mão de nossas conveniências para satisfazer as necessidades do outro. A diferença, portanto, é um tiro no egoísmo, uma escola de tolerância e respeito com a diferença.

Há hoje uma série de bons livros que tratam dessas diferenças, não temos a desculpa da ignorância para as desprezarmos. Toda vez, portanto, que seu cônjuge agir de forma muito típica de seu sexo, ao invés de reclamar agradeça a Deus por ter um cônjuge normal. Acredite, seria uma tragédia se fosse diferente.

Nenhum comentário: