Quando
o povo de Israel deixou o Egito, Deus lhes deu orientações bem específicas
quanto à forma como deveriam se relacionar com outros povos. Embora eles
estivessem comissionados a ser "uma benção para todas as nações",
deveriam exterminar as nações que então ocupavam Canaã e evitar qualquer
influência deles. A religião do começo do Velho Testamento era uma religião de
se enclausurar, porque de alguma forma "ser uma benção para todas as nações"
envolvia passar algum tempo fincando raízes e se tornando uma nação com
personalidade própria.
Aí
vem o Novo Testamento e faz com que os cristãos sejam testemunhas em Jerusalém,
na Judeia, na Galileia, em Samaria e até os confins do mundo. Por outras
palavras, a ordem no Novo Testamento não era "isolem-se", mas
"espalhem-se". Se a ordem do velho testamento era "sejam
diferentes para que as pessoas quem passarem por vocês (era obrigatório passar
por ali, Canaã estava no centro das principais rotas comerciais da antiguidade)
queiram saber de onde vem essa diferença", a ordem do novo testamento foi
"saiam por aí fazendo discípulos e pregando o evangelho por onde vocês
andarem". Por outras palavras, a religião recomendada por Deus mudou!
James
Emery White faz a seguinte provocação em "Rethinking the church": se
você pegar uma escala de 1 a 10 em que 10 é uma pessoa totalmente familiarizada
com Deus e a fé e 1 uma pessoa totalmente secularizada e aplicar essa escala
nas pessoas que não frequentavam igrejas há 40 anos, vai encontrar pessoas que
atingiriam ali um número 8, já que a maioria delas conhecia os rudimentos do
cristianismo, sabia quem era Jesus, tinha uma visão positiva dos líderes
religiosos e da igreja. Assim, pregar o evangelho para elas com duplas batendo
de porta em porta e séries evangelísticas em que uma fria exposição do
evangelho acompanhada de um apelo e sem maior envolvimento do pregador com
essas pessoas costumava funcionar. As pessoas já conheciam Jesus, só precisavam
de um empurrãozinho. Hoje essa estratégia redunda em sonoro fracasso, porque as
pessoas não estão mais no 8, mas no 3 da escala.
A
igreja não atinge seus propósitos aferrando-se às técnicas que costumavam
funcionar nos "bons e velhos tempos".
De
que safra é a sua religião? Quais coisas você entende serem inegociáveis nela e
estão na verdade impedindo você de cumprir sua missão?
Um comentário:
Sempre inspirado
Abs
Alvinho
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