A comparação do número de
divórcios entre casais cristãos e não cristãos é bem reveladora: é exatamente
igual. Isso parece indicar que a religião não parece ter qualquer impacto maior
sobre o relacionamento horizontal mais importante que existe, já que se mostra
incapaz de fazê-lo perene (como ela prega que deve ser).
Também de quando em vez
cai-me nos ouvidos histórias estranhas sobre irmãos de igreja. Práticas sexuais
absurdas, envolvimento com tráfico de drogas, desonestidade nos negócios.
E há momentos em que me pego
escandalizado pelo fato de encontrar nos meus irmãos de igreja práticas mais
sutilmente hediondas, como inveja, má fé, maledicência, injustiça, cobiça,
orgulho, vaidade e ganância.
Estou na igreja há muito
tempo e há muito tempo escuto dizer que o cristão tem que ser diferente do “mundo”.
Não podemos nos “conformar com o presente século”, não podemos entrar na mesma
fôrma, temos que ser a luz do mundo e o sal da terra. O problema é que esse
discurso vem costumeiramente acompanhado de um chamado a não usar o cabelo deste
ou daquele jeito, a não usar esta ou aquela roupa, a não usar este ou aquele
adorno e a não ouvir esta ou aquela música. Esse discurso, portanto, é
direcionado para a casca mais exterior.
Romanos 8:19 diz que “toda a criação espera com expectativa que
os filhos de Deus sejam revelados”(BV). Malaquias 3:18 afirma que vai
chegar um dia em que “vereis a diferença
entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus e o que não o serve”. Eu
não preciso quebrar muito a cabeça para concluir que a revelação dos filhos de
Deus e a exibição da diferença entre estes e os ímpios não reside na casca, mas
no miolo, no interior: “Nisto conhecerão
que sois meus discípulos”, afirma Jesus, “se vos amardes uns aos outros” (João 13:35).
O amor, amigos, e II
Coríntios 13 não me deixa mentir, é totalmente incompatível com relacionamentos
negligenciados, com o manejo leviano do sexo, com a apreciação da pornografia,
com a ganância, o orgulho, a má fé, a inveja, a maledicência e todas aquelas
coisas que já mencionei. Ele tem muito menos a ver com o corte de cabelo e o
estilo musical que eu escuto, embora esses possam influenciar indiretamente
naqueles.
Precisamos mirar nossos
canhões no cerne da questão. Queremos parecer diferentes do mundo? Não há outra
saída: precisamos ser diferentes antes. Caso contrário jamais a igreja causará
impacto. Jamais olharão para nós admirados por havermos estado com Cristo. E,
para ser diferentes não há outra fórmula além da que já está lançada: “Quando alguém está em Cristo, torna-se uma
pessoa totalmente nova por dentro. Já não é mais a mesma pessoa. As coisas
antigas já passaram e teve início uma nova vida!” (II Coríntios 5:17,
Bíblia Viva).
P.S.: Hoje é dia das
crianças, aquela coisa que se alguém não se tornar como ela, não verá o reino
de Deus. Bem, uma coisa que uma criança não é, é dissimulada. O que ela parece
ela é. Precisamos aprender com elas!
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