Você diz que Jesus Cristo é o
seu exemplo em tudo assim, sorrindo como se estivesse dizendo que gosta de mousse
de chocolate? É fácil para você fazer uma afirmação dessas? Será que já avaliou
o custo?
Para servir de contraponto a
toda essa leviandade no curto espaço que tenho aqui posso lhe apontar hoje a
Jerusalém. Jerusalém estava sempre no pensamento de Jesus. Ele poderia estar se
movendo pela Galileia, por outros cantos da Judeia, Samaria ou onde fosse, mas
Jerusalém permanecia na periferia do olhar de Cristo como uma sombra
onipresente e constante. Em algum momento Ele teria de rumar para lá. A vida
inteira de Jesus foi coberta por essa sombra de cruz que Jerusalém produzia
sobre Ele.
Quando chegou a hora, Ele
caminhou decididamente para Jerusalém. Tentaram demovê-lo. Disseram que era
perigoso. No caminho Ele teve alegrias e tristezas, vitórias e derrotas, boas
surpresas e decepções. Mas absolutamente nada foi capaz de fazer com que Ele
mudasse de rumo. Nada. Ele tinha uma missão a cumprir e o fato de essa missão
lhe haver sido dada por Deus colocava em Jesus uma obstinação capaz de produzir
nEle aquilo que Ele mesmo chamou de a maior demonstração de amor possível: dar
a própria vida por Seus amigos (e o detalhe cruel da história é que foram esses
amigos que o mataram). Ele conhecia Seu destino, Seu destino era dor, angústia,
desprezo, injustiça, tortura e morte, mas sendo essa a vontade do Pai, Ele não
hesitaria um segundo sequer em desempenhar o Seu papel.
Jerusalém é o símbolo máximo
da submissão desse a quem chamamos de Mestre à vontade de Deus. “Porque eu desci do céu, não para fazer a
minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou” (João 6:38),
foram Suas palavras.
Talvez você e eu não tenhamos
nenhuma Jerusalém, um lugar para onde sabemos que devemos rumar e morrer, mas o
que fazemos com as miniaturas de Jerusalém para onde Deus nos pede
constantemente para ir? Elas envolvem algum tipo de sacrifício - suportar gente
que não pode nos dar nada em troca, subtrair tempo de lazer ou descanso que
teríamos, nos colocar em posição desconfortável, nos levar a abdicar de
prazeres e conveniências, nos obrigar a adotar um estilo de vida mais simples e
frugal ou que nos parece insosso e enjoativo, etc. Temos desculpas e
justificativas excelentes para não ir.
Se essas miniaturas nos afugentam, que se dirá das maiores, aquelas obras grandiosas que Deus nos sonha desempenhando?
Se essas miniaturas nos afugentam, que se dirá das maiores, aquelas obras grandiosas que Deus nos sonha desempenhando?
Então não deveríamos sair por
aí dizendo que Jesus Cristo é nosso exemplo de vida a não ser que o façamos
como se fosse uma oração: “Jesus Cristo é o meu exemplo de vida em tudo. Meu
Deus, faça isso verdade!”
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