sexta-feira, 13 de abril de 2012

A segunda mensagem

Se precisássemos resumir a mensagem de Jesus precisaríamos primeiro perguntar: para quem? Ao ler os evangelhos você encontra dois grandes discursos de Jesus, um que é direcionado ao mundo todo e outro que é específico para a igreja, para aqueles que atenderam ao chamado e O seguiram.

O discurso para o mundo todo, e que também é o discurso que a igreja deve pregar ao mundo, pode ser resumido como “a mensagem do reino”. Jesus passa todo Seu ministerio terrestre falando sobre o reino de Deus ou o reino dos Céus. Cada parábola sua é uma tentativa de explicar o que e como é esse reino, que “está no meio de vós” ou “dentro de vós” (Lucas 17:21), ou seja, não é uma realidade futura, apenas. Este reino tem sua ética e seus costumes próprios. Nele, o primeiro será o último e vice-versa. Nele, quem é ferido numa face oferece a outra, o amor é a tônica maior, o respeito e a tolerância vêm na sequência e todo cidadão é um multiplicador de perdão.

Em Sua última semana antes da crucificação, contudo, Jesus muda o discurso. Ele passa a falar diretamente à igreja. Esta é uma mensagem que não é para o mundo inteiro, mas exclusivamente para aqueles que já ouviram a mensagem direcionada ao mundo inteiro e a aceitaram. E qual é o resumo dessa mensagem? Bem, o que Jesus queria que Sua igreja tivesse em mente, aquilo que Ele repete à exaustão naquela última semana, é: “vigiem!”

A pior coisa que poderia acontecer a Sua igreja, Ele diz, é que ela vivesse como os contemporâneos de Noé, que “comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento” (Mateus 24:38). Pessoas que se ocupam apenas de comer, beber e casar, ou seja, pessoas que estão absorvidas completamente pelas coisas temporais desta vida estão desatentas. Elas não estão vigiando. E, embora Noé estivesse rouco de tanto pregar, quando a arca se fechou os pegou de surpresa. Mais que isso, o membro da igreja de Cristo que em seu coração diz “o meu Senhor tarda em vir” começa, talvez inconscientemente, a espancar seus outros irmãos e tempos depois já está com os beberrões e glutões (Mateus 24:45-51).

O mundo vai ficando confortável. As muitas (e cada vez mais!) coisas desta vida vão absorvendo toda nossa energia e todo nosso tempo e a gente tende a se acomodar na cadeira. A gente começa a dar umas pescadas, as pálpebras vão ficando pesadas.

Para que o mundo possa ouvir de mim e de você a mensagem do reino, para que ele possa ler a mensagem do reino nos meus atos, é preciso que eu abra os olhos, jogue água fria no rosto e escute a enérgica advertência: vigie! Vigie!

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