sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Juízes

No carro da frente, alguém joga uma lata de refrigerante pela janela. Do seu lado, uma menina usa minissaia rosa e uma bota de veludo marrom apesar do calor que faz. Do outro lado, tem um sujeito com tatuagem no rosto e uma quantia infindável de piercings e um sujeito casado nitidamente tentando cantar a moça de visual gótico. Há gente de todos os tipos, cores, formas e tamanhos ao nosso redor e, assim mesmo, Jesus diz: “não julgueis para que não sejais julgados” (Mateus 7:1).

O ato de julgar pressupõe três fases básicas: a fase de conhecimento , a fase de decisão e a fase da execução da sentença. Na primeira você reúne os elementos que influenciarão na decisão; a segunda é quando você decide se aqueles elementos todos resultam em um saldo positivo ou negativo; e a terceira é quando você em coerência com a decisão. Reunir os elementos e decidir se eles são bons ou maus é inevitável. Você não pode fugir das duas primeiras fases. É inevitável ter uma opinião sobre lixo pela janela, piercings, cafonice, canalhice, devoção religiosa, humildade, orgulho, preguiça, homossexualismo, simpatia, hipocrisia e tudo o mais que compõe a complexa fauna humana. Algumas coisas você achará boas, outras você achará ruins, e entre o extremo bom e o extremo ruim há muitos tons de cinza.

É na fase da execução que temos alguma liberdade de atuação. Podemos dar o veredito e condenar aquilo que achamos ruim ou seguir o conselho de Jesus e abster-se de julgar. Não julgar, portanto, é diferente de não ter uma opinião. A opinião está lá, mas você escolhe não executar a sentença. Em lugar disso, Jesus convida você a interceder.

Hebreus 7:25 afirma que Jesus “por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles”. Ele é o nosso exemplo, nosso modelo; somos convidados a fazer a mesma coisa: em lugar de acusar, alienar, desprezar ou evitar aquilo que é moralmente mau, intercedemos por eles. Oramos por eles.

Muita energia se perde no meio cristão em acusar o pecado ou o afrouxamento das normas morais. Há muito dedo na cara e bons cristão dizem que isso é “chamar o pecado pelo nome”. “Haja em vós”, conclama o apóstolo Paulo, “o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Filipenses 2:5). Melhor, muito melhor do que ser um revelador do pecado é ser aquele que ora para que o pecado cesse.

Um comentário:

Anônimo disse...

oi Marco.. existe uma fonte bibliográfica pra esse último parágrafo?... gostaria de buscar/usar esse texto.