sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Na academia

Visitar uma academia de ginástica pode ser uma atividade extremamente espiritual. Na verdade, acho que as academias são um bom exemplo de igrejas da nossa geração; ou você não sente uma atmosfera meio mística, de adoração e veneração em uma academia?

Há espelhos por toda parte e os adoradores os usam sem parar. O jeito com que veem a evolução de seus esforços nos próprios corpos revela uma indisfarçada satisfação consigo mesmos. Ora, a grandeza de uma geração pode ser medida por aquilo que ela adora. Se o que adoramos é tão bom quanto nós mesmos, não temos nenhuma chance de querer ser algo melhor.

E há outro fato espiritual numa academia: ela é uma celebração da vida que se escora na ilusão do diferimento da morte. A satisfação de estar tratando bem a saúde frequentemente descamba para a ilusão da eternidade. Nossa geração se comporta como se fosse viver para sempre ao invés de procurar aquilo que lhes pode fazer viver para sempre. É como se fingíssemos ter aquilo que mais precisamos e queremos, uma espécie de "jogo do contente de Pollyanna" com consequências mórbidas.

Jesus advertiu certa vez os Seus contemporâneos de então: "vocês examinam as Escrituras por acreditam que acham nelas a vida eterna, e são elas que falam de mim, mas vocês não querem vir até mim para ter vida!" (João 5:39 e 40). Ele os criticava por ficarem só na Bíblia, sem desenvolver um relacionamento com o Autor dela. O que Ele diria a nós, que não fazemos nem uma coisa nem outra?

Volto da academia com estes conselhos ecoando na mente: Adore o que merece ser adorado. Viva como quem de fato não tem aquilo que mais falta lhe faz. Busque-a em Quem a pode dar. Fuja da mediocridade de sua geração.

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