sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Departamentos

As tarefas do dia a dia aqui em casa são separadas em departamentos. Organizar as contas e alimentar Olívia, nossa dálmata destruidora de plantas, são exemplos de tarefas sob minha responsabilidade; ver que peças de roupas os meninos estão precisando e ter na cabeça a agenda da família inteira são tarefas do departamento da Tatiana. Graças a essa divisão de tarefas as coisas andam bem.

Quando Deus concebeu a igreja, organizou-a como um corpo, em que cada membro tem sua função. É a aplicação dessa multiplicidade de talentos e habilidades que a faz rica e desenvolvida. Quando há membros inoperantes, contudo, temos um problema. Também temos problemas quando um membro se mete a desempenhar as funções de outro.

Comentando II Pedro 1:5, onde o velho apóstolo aconselha aos irmãos que “empregando toda diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência”, Oswald Chambers afirma acertadamente que a palavra “’acrescentai’ significa que existe algo que nós temos que fazer”. Ou seja, existe uma tarefa a ser desempenhada, algo que temos que proativamente produzir. Ele continua: “Estamos em perigo de esquecer que não podemos fazer o que Deus faz e que Deus não fará aquilo que podemos fazer. Não podemos salvar a nós mesmos nem nos santificar, Deus faz aquilo; mas Deus não nos dará bons hábitos, Ele não nos dará um caráter, Ele nos fará andar retamente.”

Por não saber quais são as tarefas que estão no “departamento de Deus” e quais estão no nosso, muita confusão e frustração nos atingem. Ficamos esperando que Deus faça uma porção de coisas que compete a nós, e só a nós, fazer. Fazer “empregando toda diligência”. Reclamamos que Deus não agiu em nossa vida como desejávamos, como pedimos, como pretendíamos ou mesmo como merecíamos, mas não podemos exigir dEle algo que está na nossa esfera de atuação. Chambers adverte contra a “tendência de perguntar o caminho quando o conhecemos perfeitamente”. Se o caminho que Deus aponta é este, não podemos hesitar nem adiar, precisamos ir.

Há um trabalho a fazer. Ninguém mais pode fazer, só você. É na conjugação do seu esforço com o de Cristo que a vitória está garantida.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Re-resoluções

Já lá se vão duas semanas de ano. Isso pode ser significativo ou não. Se você aproveitou os primeiros dias do ano para fazer um balanço da sua vida, considerando pontos que precisam ser mudados, ênfases e prioridades que precisam ser deslocadas, pode ser que você esteja desanimado ao perceber que nada mudou. Nenhuma resolução de ano novo foi efetivada. Ano novo, vida velha?

Racionalizamos pensando que no frigir dos ovos a virada do ano não quer dizer nada, esse negócio é uma convenção, o tempo não precisa ser compartimentado dessa forma e, por conseguinte, resoluções de ano novo são bobagem.

Mas Jesus contou sobre uma vinha que tinha uma figueira bem no meio. O dono da vinha apareceu, viu aquele trambolho e notou que figo que era bom, necas. Mandou o vinhateiro cortar fora, porque algo que recebe seus cuidados, ocupa espaço precioso e não dá frutos, deveria ser retirado, trocado por algo mais digno. O vinhateiro, contudo, pediu mais um ano. Durante este ano, ele iria cavar, adubar, regar e cuidar daquela figueira com o máximo zelo. Se, ao cabo deste ano, a figueira continuasse improdutiva, vá lá, corte-se. Mas pediu ao dono da vinha um ano mais.

Um ano mais, mas mais nada. Um ano, amigo, pode ser decisivo. Pode determinar o destino eterno da figueira que você é. Quem sabe, passadas duas semanas, não seja o caso de reatar resoluções e reafirmar decisões? Por que esperar alguma outra data significativa ou o próximo dezembro? Um ano pode ser decisivo, o próximo dezembro pode ser tarde demais, a atitude deve ser tomada agora.

Tome a decisão. Mas lembre-se: quem cava, aduba e rega é Ele, o Vinhateiro. Seu trabalho é não desprezar o trabalho dEle, é torná-lo produtivo. Seu trabalho é abrir a Bíblia diariamente e ler o fertilíssimo adubo que Ele preparou pensando em você, é dedicar tempo a sorver o alimento que Ele manda em doses exatas e certeiras. É abrir os olhos e ouvidos para se tornar tudo aquilo que você pode ser. E acredite: o que aquela figueira pode ser vai muito, muito além do que ela imaginaria.